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1 de abr. de 2013

A quaresma umbandista

A quaresma é a mesma para os umbandistas e católicos?
Olá umbandistas, como estão?

Ontem foi domingo de Páscoa, todos comeram chocolate em barra ou em forma de ovos, almoçaram com suas famílias e ficaram em um respeitoso clima de harmonia, certo? Talvez. Para a uma parte dos cristãos e para a maioria dos católicos, sim. Por este é o período que simboliza o final da agonia de Jesus, após sua peregrinação pelo deserto, tortura na Via Crucis, crucificação e volta à vida. Para quem não está familiarizado com a história, estamos falando da Quaresma, os 40 dias entre a quarta-feira de cinzas e o domingo de páscoa. É simbolicamente louvável.

Se este é um comportamento tipicamente católico, por que na Umbanda há esse recesso de quaresma?
Eu já disse por aqui inúmeras vezes, mais claramente no testo intitulado "A Nuvem" que a beleza da Umbanda está em sua característica heterogênea, ou seja, por cada terreiro ser único em sua doutrina e costumes, mas mesmo assim sustentar os traços comuns aos demais centros umbandistas. Uma dessas características únicas é a pausa (ou não!) no período de quaresma, nem todos os terreiros cessam suas atividades nesta época, vai da orientação astral de cada casa. Há as que pausam suas atividades, outras trabalham normalmente e também há templos - como o que eu dirijo - que executam apenas giras de esquerda.

Se é tudo Umbanda, por que esta diferença de ritualística?
Simplesmente dizer que isto é normal da Umbanda, que a coisa é assim mesmo, não seria suficiente. Mas partindo desta realidade dá para concluirmos que essa casas são singulares entre si porque atuam em campos diferentes da espiritualidade: uns mais com cura, outros com desobsessão, quebra de demanda ou baixa magia, energização etc. E há campos vibratórios mais que ficam mais sensíveis durante o período da quaresma.

Por que?
Por causa das pessoas, principalmente. Este período de semi-luto no qual todos nos contagiamos cria entre os seres uma aura especialmente triste. E ambientes de aura densa como este minam nossas defesas espirituais, criam um certo ruído na comunicação com os planos mais puros da espiritualidade e favorecem a ação de espíritos de energia mais pesada como Eguns (não confundam com Egun de Candomblé, okay?), Kiumbas e - felizmente - Exús, Pombagiras e Exús-mirins. A casa que dirijo, por exemplo, lida muito com a cura de obsessão e quebra de magia, ou seja, batemos de frente com energias e interesses muito pesados do astral, por isso o chefe da casa, Sr. Xangô Sete Cachoeiras, julgou melhor que pausássemos os trabalhos neste período. E foi neste momento que o Sr. Exú Rei das Sete Encruzilhadas, guardião-chefe de nossa linha de esquerda, interveio e solicitou ao chefe da casa que cedesse este período aos Exús e Pombagiras para o desenvolvimento da linha e proteção da casa e filhos.

E como se portar antes, durante e depois da quaresma?
Aja sempre com a mesma fé e respeito pelos orixás, entidades do astral e irmãos terrenos, não importando o período em que você está. Quaresma ou não. Mas como vimos aqui que este período é delicado, sempre vale a pena "pecar"pelo excesso de zelo consigo, com sua coroa e com seu templo. Em minha casa os Orixás recomendam andar sempre com sua guia de proteção, acender suas velas ao Anjo-da-Guarda e fazer suas preces. Porém, repito que cada templo possui suas regras que foram inspiradas pela sabedoria dos Orixás mentores de cada casa e devem ser seguidas com todo carinho e respeito.

Muito axé a todos!

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