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18 de jun. de 2013

Dívidas na Encruza. Parte 1: como NÃO se portar.

Pense bem antes de pedir algo ao povo da encruza, Exú tem ótima memória.
Olá irmãos, tudo bem? Estão gostando de nossos textos? Mande seus comentários, dúvidas e sugestões aqui nos comentários ou em nossa página no Facebook!

Hoje iniciaremos uma série de artigos sobre o que pedimos e acabamos devendo na encruza, sobre aquilo que a gente pede e como se porta após isso. Sei que eu havia prometido este texto para semana passada, mas a vida dá umas voltas interessantes e tudo acontece na melhor hora. sábado passado realizamos, em meu terreiro, nossa festa de Xangô e depois viramos para a esquerda com Exús e Pombagiras, ou seja, o orixá da justiça seguidos dos trabalhadores dos planos astrais mais densos, aqueles que lidam com a ganância e egoísmo humanos. Achei mesmo que Xangô seria uma boa dica de como aproveitar a gira de Exú. só achei, inocentemente.

Mesmo antes de a gira começar eu disse:

"Na Umbanda trabalhamos com o merecimento, os orixás estão aqui para te ajudar a conquistar e não para dar algo de graça. Você sempre terá de trabalhar por aquilo que pretende ter".

Depois disso teve passe com Xangô, Senhor da Justiça e vocês pensam que funcionou? Frases que foram ditas entre os visitantes naquela noite (de forma sorrateira, mas lembrem-se que o Pai de Santo tem ouvidos nos quatro cantos do terreiro):

"Porra, não vão chamar logo as Pombagiras? Eu tenho mais o que fazer ainda hoje."

"Eu só vim para pedir minhas coisas pra esquerda e nem vou perder muito tempo aqui."

Legal isso, né? A gente se prepara, estuda, firma a casa e a corrente, se esforça o máximo possível para criar um ambiente seguro e de energias positivas, nos doamos por completo e tentamos passar boas mensagens para que as pessoas aprendam algo e voltem em paz para as suas casas. Mas em vez disso elas vão lá já com rosas e champanhe nas mãos como um prévio agradecimento (ou pagamento) pelos pedidos que eles esperam ter atendidos. Já dá para imaginar a natureza da maioria desses pedidos, não é? sexo, sexo, sexo, homem, dinheiro, sexo, grana, casa, carro, proteção contra os inimigos e sexo.

O meu conselho para encerrar essa primeira parte de texto sobre o que se pede ao povo da encruza: o ideal é que conquistemos tudo com o nosso próprio esforço. Exú é uma força muito poderosa e precisamos saber utilizá-la, pois seremos cobrados (nessa e em outras vidas) por nossos atos mesquinhos.

A Umbanda é uma dádiva, desde que saibamos desfrutar dela decentemente. Caso contrário, a saliva que escarramos para o alto voltará para as nossas cabeças.

Semana que vem tem mais. Axé!

3 de jun. de 2013

Se entrega para ser feliz

Foto: Yuri Araújo
Olá irmãos de fé umbandista, como estão? Tem gostado de nossas postagens?

Como o próprio título diz, hoje falaremos sobre entrega, mas entes de começarmos a nossa conversa, por favor ouçam essa canção chamada Filho do Sol de autoria de Gê Marques:



A letra:

Pensei que essa gira não ia acabar
Pedi para todos os meus guias me ajudar
Eu sei que sou filho da Força Maior
Do Mar, da Floresta, do Vento
Eu sou Filho do Sol

Nas ondas recebi os recados de Yemanjá
Soltar e ser leve para balançar
Aquele que na vida se cristalizar
Mais dia, menos dia na vida vai quebrar

Girei como as folhas que a mata ofertou
Ao vento neste gesto de entrega e de amor
O Tempo, pai de todo conhecimento
Nos diz: Se entrega para ser feliz


Reino do Sol é uma igreja do Santo Daime, religião genuinamente brasileira e que possui uma filosofia lindamente pacífica. Eu estou longe de ser especialista nisso, mas esta canção falou diretamente em meu coração, foi ao encontro de tudo aquilo que prego às pessoas: se entregue, viva e seja feliz.


Não seja rígido, aprenda a fazer concessões, desmaterialize-se. Tudo o que é excessivamente cristalizado um dia se quebra, pois é essa a forma da vida nos mostrar que o mais importante é o que temos por dentro, a nossa alma imortal que se conecta com tudo no universo através da eternidade.

No terreiro eu sempre digo para as pessoas se soltarem, pois assim elas trocarão mais energias entre si, converterão o que é negativo em positivo e depois lançarão esse axé ao mundo promovendo curas, descarregos e tantas outras maravilhas. Os Guias virão até nós com mais força e clareza, tudo ficará mais fluido se você simplesmente se soltar, se integrar às energias correntes na gira.

Aja como a natureza. Simplesmente aconteça sem pudores, sem luxos ou perfeccionismos, como o vento, como as folhas que caem, como a água dos rios ou as ondas que se chocam contra as pedras. Imensurável.

A Umbanda é assim indefinível, livre. A umbanda é!