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19 de nov. de 2014

O Livro Sagrado da Umbanda


Não sei se vocês concordam comigo, mas uma das características que tornam a Umbanda bela é a sua liberdade de ser. Isso se dá porque nós umbandistas não temos um livro sagrado como a Bíblia o Al Corão ou Torá, embora sigamos vários preceitos cristãos ("Amai a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo" é um deles e talvez o mais importante).

Além de não possuirmos escrituras sagradas, também não contamos com um representante supremo, como o Papa ou Dalai Lama, por exemplo, para ditar os rumos de nossa religião. Essa inexistência de um código ou soberano para balizar o caminho evolutivo da Umbanda a torna uma joia rara dentre as religiões contemporâneas espíritas, porque assim podemos caminhar sob a égide mista dos ensinamentos do astral superior que nos são trazidos através das entidades que se manifestam nas giras.

Além de contar com a voz dos Guias como força motriz, outro fator importantíssimo para a nossa caminhada religiosa é a compreensão dos conselhos recebidos do Astral e, mais importante ainda, o emprego disso tudo, ou seja, tornar em ação os conselhos recebidos. 

Além de absorver, compreender e transformar em ação os conselhos e ensinamentos, o passo seguinte é o desdobramento disso tuto. Em outras palavras, a geração de conhecimento por parte do indivíduo. Se você já tem em si a semente plantada pelos Mentores Espirituais e pratica o amor e a caridade, já está apto a se tornar peça mais ativa da evolução do conhecimento, mas sempre mantendo a humildade ou então você poderá correr o risco de ser tomado pela vaidade ou arrogância de muitos autores e/ou sacerdotes umbandistas que decidiram decodificar a Umbanda ao seu próprio modo, assumindo a responsabilidade de quem julga falar em nome de toda a religião. O que é um erro.

Eu já havia dito aqui que a Umbanda é como uma nuvem, ou seja, ela é mutável e pulverizada, mas percebida por seu volume enquanto suas partículas se movem unidas em uma mesma direção. Contudo, a partir do momento em que um autor (ou conjunto deles) a decodifica, eles outorgam a si uma autoridade que não conquistaram, além de negar as pequenas realidades e ensinamentos de cada terreiro. O que acontece em seguida é que essas novas decodificações tem eco entre sacerdotes menos sólidos em seus conceitos e tradições, que simplesmente abandonam tudo aquilo que lhes foi ensinado diretamente do Astral Superior e passam a se guiar por um livro que acabou de sair da gráfica. Com isso, todo o trabalho de repasse de inteligência a partir das entidades de luz é perdido.

Outro fato interessante que vale a atenção do leitor destes livros é que essas novas decodificações estão ficando cada vez mais complexas e menos espaçadas entre si. Só nos últimos 10 anos foram ao menos 4 delas, o que reflete não uma mera busca por respostas e elucidações, mas sim pelo poder trazido pela detenção do conhecimento. Uma vez que eu pego algo simples e leve como a Umbanda e a transformo em um complexo emaranhado de gráficos acadêmicos, me torno o detentor daquelas respostas, sou o dono do conhecimento. E conhecimento é poder que só compartilharei com quem comprar os livros e cursos que apenas eu sei ministrar.

Irmãos, o Livro Sagrado da Umbanda está dentro de cada um de nós, basta termos olhos suficientemente abertos e a mente limpa para podermos lê-lo.

Pensem nisso.