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5 de mar. de 2013

Aconteceu Comigo IV: um encontro inesperado


É nos encontros mais inusitados que Deus nos dá as maiores lições de vida.
Olá umbandistas, como vão? Todos vocês conhecem a nossa série de textos Aconteceu Comigo, certo? Aqui relatamos fatos interessantes de nossas vidas como umbandistas e também os nossos aprendizados. hoje o texto não será de minha autoria e nem do Irmão Rafael, quem nos enviou esta história foi a Ingrid, leitora do Ser Umbandista. Leiam:

"Olá, amigos umbandistas!

Primeiramente, deixe me apresentar. Sou Ingrid, umbandista há aproximadamente 5 meses, filha de Oxum e, sinto-me honrada em ser também filha de Oxalá.

Descobri ser médium quando tinha uns 12 anos através de desdobramentos. Depois de alguns anos vim saber que as vozes que ouço desde criança não são coisas da minha cabeça... Toda vez que eu ia num Centro Espírita (normalmente Mesa Branca) ou em alguma reunião que os médiuns recebiam entidades espirituais, eu era cobrada de desenvolver minha mediunidade. Por alguns meses tentei desenvolver, mas nunca sentia nada, e depois de um tempo larguei esse Centro.

Fiquei um bom tempo sem frequentar lugar algum, até que um dia, aceitei conhecer um terreiro de Umbanda.
Fui com medo e com preconceito, mas minha curiosidade era muito maior. E então, me apaixonei. Senti que, finalmente, havia encontrado um lugar que me identificasse e era ali que eu queria ficar. Fiquei super empolgada para desenvolver e todos me pediam "paciência, ainda não está na sua hora". Por que eu era tão cobrada e agora preciso ser paciente? Demorei a aceitar, mas com muito custo, aceitei.

Mesmo sem desenvolver a mediunidade, eu percebi que a Umbanda me fez desenvolver como ser humano, e principalmente, como espírito. Já ouvi diversas definições do que é ser umbandista e todas, sem exceção, pregam a caridade.

Caridade... E assim começa minha história.

Estava passando por uma fase um tanto quanto turbulenta em minha vida. Conflitos internos, confusões mentais e emocionais, depressiva, agoniada, revoltada, muitas sensações ruins. Sentimentos meus, para mim mesma, que eu não conseguia me desfazer. Acabava descontando minhas frustrações no meu noivo, pessoa mais próxima de mim. E isso começou a abalar nosso relacionamento. Se eu não estava me aguentando, imagine ele!? Eu estava numa fase tão “dane-se o mundo” que se ali tivesse um término (da parte dele), eu acho que nem me importaria.

Sou uma pessoa extremamente carente, eu assumo isso. E quando estou nessas fases, me sinto a pessoa mais sozinha do mundo. Ao mesmo tempo em que eu estava caindo, eu lutava para não me entregar, mas o lado ruim estava forte. Rezava todos os dias pedindo ajuda de Deus para que me livrasse desses pensamentos e sentimentos ruins. E eu tinha Fé que sairia dessa, mas a dor era grande.

Certo sábado, depois de fechar o portão da rua, estava entrando em casa quando ouvi um “Psiu, moça!”. Olhei para trás para ver quem me chamava. Era uma senhorinha, voltei até o portão para ouvir o que ela tinha a dizer.
"Eu sabia que você não me daria as costas porque você tem Deus no coração". Respondi sorrindo: “Sem dúvidas, jamais daria as costas para qualquer pessoa”. Ela: "Eu moro num quartinho, só Deus e eu. E você acredita que cortaram minha luz por causa de R$ 10,00?".

Ela segurou minha mão pelo vão do portão e começou a desabafar. Não parecia estar mentindo, os olhos verdes dela brilhavam enquanto falava comigo. Falou onde morava, que muita gente bate a porta na cara dela quando ela pede ajuda, que as pessoas costumam maltratá-la, das doenças, que trabalhou a vida toda como empregada doméstica, e que hoje é só ela e Deus.

Pedi que esperasse, veria se tinha algo para ajudá-la. Entrei em casa, peguei R$ 10,00 (valor da conta de luz dela), voltei para a garagem, mas dessa vez abri o portão e fui ao encontro dela: "Olha, pra você pagar sua conta. Saí aqui fora pra te dar um abraço também". A senhorinha deu um sorriso do tamanho do mundo e, enquanto eu a abraçava, deu muitos beijos no meu rosto. “Muito obrigada, que Deus te abençoe sempre!
E, segurando minhas mãos, após alguns segundos em silêncio: “Você já casou?

Senti meu coração disparando nessa hora. Poxa, eu estava em crise e a minha vida amorosa estava abalada por culpa minha. Se a intenção era puxar assunto, tinha tanta coisa pra falar ou perguntar, por que entrar justo nesse assunto? “Não, ainda não casei, sou noiva.”, respondi timidamente. “O seu noivo tem muita sorte em ter você, pode falar pra ele que eu estou te falando isso! Você é uma ótima pessoa, é uma moça linda e tem Deus em seu coração”.

Engoli seco quando ela disse isso, e ainda me questionou onde ele estava. “Ele deu uma saída, mas logo ele vem pra cá”. A senhorinha respondeu “Que pena, queria tanto conhecer seu noivo! Mas, ó, muito obrigada pela sua ajuda. Agora posso pagar minha conta, então vou voltar pra casa. Que Deus te abençoe!” e me deu mais um abraço com mais beijos no rosto.

Entrei em casa, corri pro meu quarto e comecei a chorar. Chorei porque eu agi atendendo meu coração e não foi por acaso que tivemos esse encontro. O retorno que eu tive, praticando a caridade, foi muito maior!

Quanto à minha carência, tento sempre me lembrar do que o marinheiro Tomé de Souza me disse certa vez: "Você supre sua carência sendo carinhosa. Quando damos carinho, nós recebemos carinho. É uma troca”. Não tenho dúvidas disso!

Talvez Deus faça essas coisas para fazer nossa alma ter um pouco mais de vida.

Posso não ser médium desenvolvida, mas acho que estou conseguindo fazer minha parte como umbandista.
E, acima de tudo, assim como essa senhorinha que bateu em minha porta, eu e todo mundo temos que cultivar Deus em nossos corações.

Que meu pai Oxalá abençoe e ilumine o coração de todos vocês!"

Deus se faz presente em nossa vida das formas mais sutis e nos encontros mais inusitados. E o que devemos fazer quanto a isso? Aprender... refletir, aprender e colocar em prática o que a vida nos ensina.

Se você tem uma boa história para dividir com seus irmãos umbandistas, mande um e-mail com o título Aconteceu Comigo para serumbandista@gmail.com .

Veja mais da série "Aconteceu Comigo"
  1. Um espírito no acampamento
  2. Manifestações físicas
  3. Um exemplo de fé

2 comentários:

  1. O importante não é só se desenvolver espiritualmente, mas no coração e na alma também!
    É um pacote!

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