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25 de set. de 2014

Hábitos a abandonar: os agradecimentos materiais

Quer agradecer? Apenas volte ao terreiro e diga "Obrigado". Depois vá praticar a caridade.
Olá irmãos de fé, como estão? Hoje retornarei aos hábitos que todos nós, umbandistas, devemos abandonar imediatamente.

Recentemente falamos sobre o fator de troca, o hábito de oferecermos algo aos orixás para conseguirmos algo. Hoje vamos desdobrar este tema.

Os agradecimentos materiais
Pode soar como parecido com o item anterior, mas neste caso as pessoas se sentiam tão agradecidas pelas graças alcançadas, que enchiam as entidades de presentes como roupas, adereços, ferramentas, comidas e bebidas. Vão toda semana às casa de produtos de Umbanda para comprar uma guia nova para a entidade, mandam costurar uma saia nova, compram uísque do bom, tudo para mostrar o quão agradecidas elas são. 

Isso era algo que eu fazia muito, até que aprendi que o melhor agradecimento que uma entidade pode receber é a sua oração ou seu retorno ao templo para lhe dizer "Muito obrigado". Melhor ainda: agradeça aos Guias replicando as palavras de amor e os gestos de caridade que eles lhes ensinam.

Volto a dizer aqui que as entidades não precisam de seu dinheiro ou de seus presentes para fazer algo de bom em sua vida. Há, claro, momentos em que são necessárias algumas intervenções físicas, como oferendas, banhos, defumações etc., mas isto faz parte do processo de intervenção espiritual, jamais algo cujo qual a graça não pode ser alcançada. e vale lembrar também que, no caso de oferendas, defumações e banhos, as entidades recomendam os materiais que você deve encontrar e jamais cobram a mão de obra ou lhe vendem os itens.

Voltando aos agradecimentos, é natural que queiramos mostrar a nossa gratidão e de de alguma forma tentemos devolver aos nossos benfeitores os favores concedidos. Só que dar dinheiro, fios de conta, roupas etc. não irão gerar equilíbrio nenhum neste processo, uma vez que eles lhes forneceram amor e é com isso que você deve responder.

Na umbanda não há troca, temos sim uma corrente, ou seja, você não deve devolver a caridade que lhe foi feita, apenas repassá-la para o próximo irmão. E o que a Umbanda nos dá, que devemos repassar? Amor, luz, um caminho a seguir, a caridade... é isso que devemos distribuir com o mesmo empenho que recebemos.

Quer agradecer uma ajuda que conquistou no terreiro? Ajude o próximo.

Simples assim.

1 de set. de 2014

Hábitos para abandonar: o fator de troca

Fora da caridade não há salvação: imagine se Jesus só curasse depois de receber um presentinho? 

Olá irmãos de fé! Nos próximos textos, vamos falar de alguns hábitos que nós, umbandistas, devemos abandonar imediatamente. Vamos ao primeiro deles:

O fator de troca

Quando reencontrei a Umbanda, há dez anos, nos terreiros em que eu ia visitar (e até o que eu ajudei a fundar) havia a cultura da troca, na qual o sujeito chegava no Guia e dizia, por exemplo, "Marinheiro, te dou um peixe assado se você me ajudar a arrumar aquele emprego" ou "Pombogira, se a comadre tirar aquela mulher da minha vida, vou te trazer 7 champanhas e uma dúzia de rosas". As pessoas compravam a ajuda das entidades, parte como uma forma de mostrar todo o seu apreço por elas e parte como forma de se esquivar do desafio de ir colocar a mão na massa, de agir como responsáveis por suas próprias vidas. Eu já fiz muito disso, porque é mais fácil recorrer aos Guias em cada dúvida que nos surge do que pararmos para pensar as causas dos problemas e suas possíveis soluções.

Certa vez, enquanto eu discutia esse assunto com uma pessoa que frequentava o terreiro, ela disse "Eu gosto de presentear os guias, não poupo esforços com isso, ainda mais se for para eles me darem uma ajuda em algo que preciso muito". Tudo bem, eu entendo a gratidão, mas o agradecimento, por lógica, vem depois do "milagre" feito, não é mesmo?

Entendam a minha lógica:
  1. E presente é algo dado sem esperar nada em troca;
  2. Se esperamos algum retorno, então é investimento;
  3. Se investimos, pagamos;
  4. Se há pagamento, não é caridade;
  5. Se não há caridade, não é Umbanda;
  6. Sem caridade não há salvação.
Acho que assim ficou mais clara a minha forma de pensar.

Outra coisa: por favor não confundam um presente, um pagamento, um donativo, com material para algum trabalho ou oferenda. Estes são sempre solicitados pelos Guias e fazem parte do processo de ajuste cármico e das energias inerentes àquela causa. Nunca devem ser solicitados como pagamento pelos serviços prestados pelas entidades ou oferecidos para que os espíritos concedam este ou aquele favor à pessoa em questão.

Material de trabalho é uma coisa, oferenda é outra e são justificáveis, desde que proporcionais ao desafio que a causa representa, respeitando sempre as condições financeiras dos envolvidos e sua capacidade de entender a situação envolvida.

Vale lembrar também que os Guias e Orixás não precisam de presentes além de sua fé e de seu coração aberto, da sua alegria em estar ali. Um pedido sincero valo mais que ouro, um agradecimento é mais precioso que qualquer joia.

Lembrem-se de que, na Umbanda, menos é mais.

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