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27 de mar. de 2014

Obsessores: devemos sentir e demonstrar o nosso medo deles?

Devemos demonstrar o nosso medo?

Olá irmãos, como estão todos?

Nesta semana eu recebi uma mensagem em nossa página no Facebook e a pessoa, entre outras coisas, me perguntou se é correto sentir e demonstrar medo de obsessores com ou sem manifestações físicas.

Eu gosto de perguntas assim, porque nunca me preocupei em respondê-las e me vejo obrigado a refletir sobre o caso e é nessas horas que me sinto abraçados pelos Guias e a resposta vem. Isto, para mim que sou um grande cético, é uma maravilha!

Notei que, no caso do medo, a mesma lógica se aplica à nossa vida física e ao plano astral. O medo é (pasmem!) o sentimento que nos mantém vivo, pois eles nos lembra que somos mortais, o quanto temos a perder e assim passamos a dar mais valor ao que conquistamos. O medo é o motor da prudência, sem ele somos tomados pela cegueira advinda da vaidade e da soberba. O medo nos mantém em constante estado de alerta.

Isto, no caso de nossa vida espiritual, respeita a mesma regra. Graças ao medo nós adquirimos o hábito da prudência e isto nos leva a pedir licença ao passar numa encruzilhada ou cemitério, a orar antes de dormir, agradecer à Oxalá ao acordar, se benzer e pedir proteção ao sair de casa etc. E a falta dele nos torna vaidosos (para mim o grande defeito da liturgia umbandista é este: a facilidade em envaidecer-se) e o umbandista vaidoso e destemido se torna um descuidado e o descuido nos faz presa fácil para os obsessores. Já vi terreiros ruírem por isso.

Neste caso, por ter medo do que há de ruim no mundo, eu nem deveria sair de casa, não é?

Não, sentir medo é saudável para a sua sobrevivência, mas amedrontar-se, deixar-se dominar pelo medo (assim como por qualquer outro sentimento, emoção ou vontade) e muito, muito errado. Nada pode atrapalhar a sua razão, tanto no plano físico quanto espiritual. Ao se deparar com um obsessor, por exemplo, devemos teme-lo como forma de garantir a nossa preservação, contudo não podemos nos amedrontar ou recuar diante do desafio que, como todos em nossa vida, foi plantado em nosso caminho para ser enfrentado. No caso específico de obsessão, minha experiência me mostrou que, embora estejamos com os joelhos trêmulos, recuar é um erro quase tão grande quanto avançar em demasia. O meio termo é o avanço respeitoso em direção ao seu objetivo que é a vitória sobre a demanda, sempre munido de fé, determinação e cautela.

Resumindo, irmãos: o medo é natural, se deixar dominar por ele é um erro.

Concordam? Discordam? Tem algo a acrescentar? Deixe sua opinião nos comentários!

10 de mar. de 2014

Devemos impor a Umbanda aos nossos filhos?

Impor a religião é errado. Muito errado.
Diferenças religiosas. Fonte www.umsabadoqualquer.com.br
Olá irmãos, como vão?

Vocês se lembram de quando eu disse que os Guias nos deixam lembrar das situações de consulta que nos sirvam de aprendizado? Pois bem, isso aconteceu comigo ontem durante uma gira.

O contexto: o terreiro que dirijo decidiu dedicar este ano para os estudos, então nos reunimos aos domingos pela manhã para discutir a Umbanda, treinar o hábito de cantar e, só na hora final, abrimos para alguns convidados tomarem consultas.

Foi uma manhã linda. abrimos a gira em uma pequena capela onde uma de nossas filhas tem firmado o seu congá e depois fomos para o quintal sob as sombras das árvores e palmeiras, de apostila nas mãos, para discutir os propósitos de cada um (o resultado desta conversa vocês conhecerão futuramente). Após isso, como já é quaresma, desenvolvemos Exu e Pombagira, Sr. Marabô veio e conversou com os presentes e em seguida chegou o Sr. Zé Pelintra. Conversa vai, conversa vem e sentou-se diante dele uma amiga de nossa casa (que chegou lá através deste blog) parou para conversar com Seu Zé.

Lembro-me de nada além do fato dela querer que o filho seguisse na Umbanda e Seu Zé lhe responder algo mais ou menos assim: "Religião não se impõe, ela é escolhida pela pessoa, brota no coração dela. Se for para ser, será". 

E naquele momento, do outro lado do quintal, um sobrinho de minha filha de santo havia chegado com o filho de poucos meses no colo para conversar com Seu Zé, que o mandou esperar para falar com essa filha que citei acima - e por estar sem camisa, ganhou uma pólo branca de improviso -, foi surpreendido por sua mulher (dita evangélica) fazendo o maior escândalo: "O que você tá fazendo aqui com meu filho? Não quero meu filho aqui nessa macumba!". E pegou a criança nos braços e saiu xingando o marido, a família, a vida...

Seu Zé Pelintra disse à moça: "Não falei para você? Quando se impõe a religião à alguém, as coisas só podem dar errado. Nove em cada dez guerras no mundo são causadas por religião e por mais que a umbanda seja de paz, a lógica é a mesma".

Aquilo me fez refletir sobre o tema. O principal fator que nos leva à religiosidade é a fé e fé significa acreditar naquilo que não vemos, ou seja, é pura subjetividade. Porque se o mundo tangível já é percebido de formas diferentes por cada um de nós, imaginem o invisível? Cada um chega à Umbanda por um motivo (acabamos dividindo-os em dois grandes grupos: amor e dor), mas repito que CHEGAMOS, não somos empurrados, ninguém nos força a amar o som do atabaque, a se entregar à vibração dos orixás, a se doar.

Se a vida nos quiser na Umbanda, nós chegaremos até ela e assim que chegarmos, caberá (somente) a nós escolhermos seguir ou não este caminho. Tenho exemplos disso em casa, meu pai é filho de um ancião da Congregação Cristã do Brasil (amo este igreja!) que o forçava a ir nos cultos três vezes por semana e depois, em casa, repetir a palavra do pastor, os versículos estudados etc. Hoje, como sabem, ele é um dos umbandistas mais fervorosos que conheço.

A vida é assim, se Deus quisesse que outras pessoas fizessem nossas escolhas, não nos teria dado o livre arbítrio.

Concordam?

Em tempo: vale a pena fazer este teste. Só por curiosidade.