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27 de fev. de 2013

A alegria de vestir o branco.


Bom dia irmãos de fé, irmãos de branco. 

Irmãos tentem ler o texto com a música abaixo de trilha sonora, assim conseguirei climatizar todos vocês, fazendo com que entrem num clima e numa vibração mais elevada, sintam a melodia, os toques, os pés descalços no salão, o frescor e o cheiro das ervas queimadas que tomam contam de todo o ambiente. 

Quando a música começar fechem os olhos, e imaginem se nesse salão, nesse terreiro, pode ser o seu, pode ser um idealizado por você nesse momento, nas pessoas de branco, em roda dançando para os orixás,  todas sorridentes. 



Os pés descalços, o toque das varetas no atabaques e tambores, todos os filhos de branco, chegando no salão, com suas roupas passadas e engomadas, cada um com seu fio de conta, representando seu pai, seu Orixá. O leve aroma do banho de erva tomado antes de sair de casa ainda está presente, contagiando a cada um que troca de benção com seus irmãos mais velhos, mais novos, com os pais da casa, com os ogãs, com os que estão lá pela primeira vez. 

Ainda em toques leves o som dos atabaques começam aumentar seu ritmo, denunciando a todos que o rito está para começar.

Todos já entram em estado de alerta, ficam atentos, dentro do salão em postura de prontidão, quando o som parecido com o de um sino interrompe os atabaques, confirmando o inicio.

Prontamente e de forma inconsciente formam um circulo, o dirigente toma a frente do salão, onde deixa seus cumprimentos, pede a proteção de Deus e deseja boas vindas a todos, nesse momento toda aquela corrente em uma só voz cantam a cantiga de abertura em  melodias nostálgicas e na língua de Yorubá, quem já ouviu uma delas com certeza terá a sensação nostálgica de que já ouviu tal melodia, terá a breve sensação de já ter ouvido aquilo em algum lugar de sua vida, nessa ou em outras que já passou, de forma consciente ou não, numa senzala, ou numa casa grande de fazenda, na rua ou na feira.

O círculo então começa a ganhar movimento, em passos miúdos e ritmados, alterando mãos e pernas, todos vão dançando, cantando, concentrando-se a espera do que está por vir, vemos no rosto alheio a alegria de estar ali, com sua roupa branca, seus fios de contas, sua fé, sua alegria.

E então a luz lentamente vai se apagando, os sons vão perdendo o volume, você de uma maneira bem estranha e desconhecida vai aumentando de tamanho, como um bolo crescendo no forno, vai vendo tudo mais de alto, mais de cima, ainda continua dançando na roda, seus pés pouco a pouco começam a perder a sensibilidade, quando você começa a prestar a atenção neles, se da conta que realmente não estão os sentindo mais, e então logo em seguida se pergunta, de que maneira está conseguindo dançar assim. A luz continua se apagando, o ambiente cada vez mais escuro, você cada vez mais longe já se deu conta que está dançando sozinho, como num piloto automático, um frio tão repentino o tomou conta que agora já esta tremendo, cada vez mais, cada vez mais.

Então ouve os atabaques lá de longe anunciarem pelos toques que aquela música é do seu Orixá, ainda na roda, começa a ver tudo de mais alto ainda, tudo subindo, perdendo forças, som, sentidos, quando você mesmo simplesmente já não sente mais nada, já não ouvi mais nada e sem entender como, num simples supetão sumiu. Tomou velocidade imensurável e sumiu. Enfim acaba de tomar conta do seu corpo, seu Orixá.

Os que estão presentes,  vêem outra fisionomia, outra expressão, outro passo ritmado que você não fizera enquanto dançava, outra energia, um outro alguém.

Agora todos mais felizes e contagiados com o visitante que chegou, com o Orixá que está ali dançando com eles, continuam em circulo batendo palmas e cantando.

Isso se chama Candomblé.

PS: Sei que recebemos visitas de usuários que não são adeptos a Umbanda ou ao Candomblé, então deixo aqui de forma sucinta e resumida o que ele irá encontrar num tão polêmico (para eles) terreiro de Candomblé. Não existe maldade a outrem, nem carnificinas e bizarrices, alias elas acontecem muito mais na Umbanda do que nas casas de nação. Enfim o recado está dado, nosso blog é sobre a Umbanda, mas não podemos deixar de citar jamais a raiz de tudo. 

Que Oxóssi abençoe a todos. 



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