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25 de mar. de 2013

2 anos e 100 conversas depois...


Queridos irmãos e amigos umbandistas, como vão? Espero que estejam tão felizes quanto eu. Por que? Oras, porque hoje é dia de festa, é dia do aniversário do Ser Umbandista!

Antes de iniciar este texto eu resolvi reler o primeiro artigo que escrevi para vocês, no dia 22 de Março de 2011 chamado "Para início de conversa", com o intuito de fazer uma comparação entre o blog de "ontem" e o de hoje. Uma comparação um tanto idiota porque o blog é, na realidade, um ponto de convergência entre pessoas e ideias, então a comparação seria de momentos e pessoas, não do meio, do ponto de encontro.

Aquele primeiro texto foi uma declaração de intenções, uma síntese do que se podia esperar de mim e, por consequência do - até então - meu blog. A pós a releitura eu percebi que pouco mudei (ainda não sei se isso é bom ou ruim), continuo com uma postura vanguardista que deseja Umbanda mais enxuta e minimalista, livre de luxos, celebridades religiosas e toda a sorte de vaidades. Ao passo em que gostaria de resgatar a beleza original de nossa religião, beleza esta que reside nas casas pequenas, no pé no chão... Ainda sou aquele cara duro na queda, extremamente racional e cheio de regras. Feliz ou infelizmente.

Fato é que fiz o Ser Umbandista para falar de minha visão, deixar o meu recado sobre Umbanda a quem quisesse ouvir sem me importar se gostassem ou não. E para a minha surpresa as pessoas gostaram e a partir desse momento o blog deixou de ser meu para se tornar algo nosso porque vocês se tornaram a minha maior inspiração para escrever aqui toda semana. O que escrevo aqui é fruto do que vivo, das conversas que tenho, das memórias que os Orixás deixam em minha cabeça, das minhas angústias e erros, das pessoas que admiro e do contato que tenho com vocês leitores através do Facebook, e-mail, comentários nos posts etc. Hoje em dia eu não escrevo apenas para registrar memórias e opiniões, eu faço isso pensando na melhor forma de lhes transmitir uma mensagem.

Mensagens estas que ganharam mais vida a partir do ano passado, com a entrada de meu irmão de fé e amigo de Faculdade e de Santo, Rafael Arruda. Ele deu cara nova a este blog que padecia com o peso de meus textos, imprimiu nestes artigos o seu jeito falador e descontraído de ser, sua visão sobre a Umbanda (que é muito parecida com a minha) foi compartilhada com vocês na medida em que os questionava, que os trazia para dentro desse universo. Então passamos a nos conhecer mais e vocês passaram a contar com dois artigos por semana e todo mundo saiu ganhando. Nosso blog se transformou mais uma vez.

Este é o nosso artigo de número 100. Mais que um texto comemorativo, é um marco em nossa relação que ao longo desses 100 inesquecíveis encontros veio se transformando em amizade, em companheirismo, em uma família. Não há mais aquela coisa de escritor/leitor, hoje temos uma troca de experiências entre umbandistas e eu fico muito feliz em compartilhar com vocês o que aprendo.

Nesses últimos dois anos vocês conheceram muito de mim e do Arruda. Esperamos agora saber mais de vocês, então colaborem como quiserem, seja com perguntas, com relatos, com críticas... fiquem a vontade, pois o blog é de vocês!

Axé, Luz e feliz aniversário para nós todos! 

18 de mar. de 2013

Você realmente ama seu Orixá ?

Bom dia irmãos de fé, leitores e internautas curiosos. 


Em alguns atos rotineiros e básicos, podemos ver a veracidade do amor de uma pessoa para com seu Orixá. Se ela realmente ama mesmo seu Orixá, se ela realmente o cultuo, se ele é realmente para a pessoa a fonte de vida e energia. 

Vamos tomar como premissa a simples ideia do que é o Orixá:



Ogum: Também nas águas, na espuma do mar, no impeto de ser o primeiro, de guerrear, no ato da conquista.

Oxóssi: Nas matas, no verde, em tudo o que abrange o contexto de mata, no espírito da caça, do sustento, de prover a família.

Yemanja: Nas águas do mar, na maternidade e benevolência.

Oxum: Nas cachoeiras, nas águas doces, na doçura e fertilidade.

Como pode ver, cada um atuando e reinando num ponto de sua natureza, propriamente dito a essência em si da própria natureza, seus arquétipos e estereótipos adotados na personalidade humana, fazem com que cada divindade tenha suas próprias lendas e histórias. Como as guerras de Ogum, as caças de Oxóssi etc...

Resumidamente podemos convir de que Orixá é a própria natureza do mundo, a própria natureza regendo a vida e a cabeça de filho.

Mas você realmente ama seu Orixá ?

"-Sim, sou assíduo nos trabalhos, estou em dia com todas as obrigações, o Orixá está simplesmente em tudo na minha vida."

Bom, até ai tudo bem, você é um bom praticante da sua religião e realmente até ama suas divindades, mas...

Mas não devemos esquecer o que foi dito e concluído aqui em cima. 

Orixá = Natureza. 

Amar Orixá = Amar a Natureza. 

Portanto antes de estar com tudo em dia, tenha certeza de que respeita e ama a natureza, de que você não é mais um dos milhares de seres humanos que a destroem e matam com atos inconscientes e rotineiros. 

Uma bituca de cigarro, jogada ao vento na estrada, um lixo que pode ser recolhido no seu lugar apropriado de reciclamento, um banho demorado, um papel jogado na rua. 

Simples atos que em sua consumação quando realizados por toda a humanidade, gradativamente destroem a natureza.

Vamos começar pelo básico, amando e respeitando a natureza, devolvermos a ela tudo da mesma maneira que ela nos renova e nos dá, amando a natureza estaremos amando nossos orixás e fazendo muito mais por eles. 

Que Oxóssi abençoe a todos. 

Abs






O lado perverso do mundo: meu encontro com a Deep Web

Deep web é tudo o que está abaixo da superfície da internet. É seu lado mais restrito e obscuro.
Olá umbandistas como vão?

Hoje o texto poderá parecer um pouco estranho porque envolverá um tema de tecnologia pouco conhecido pela maioria das pessoas: a Deep Web.

Eu já havia ouvido falar deste nome algumas vezes, mas nunca me interessei pelo tema, até que hoje - já afundando no meu ócio notívago - resolvi pesquisar e encontrei um artigo bem interessante sobre o tema, contando suas origens e seus usos. Para quem quiser ver, é este artigo aqui.

Resumindo, a Deep Web é a parte da internet que fica fora do alcance dos buscadores (Google, Yahoo!, bing etc.), governos, polícia e por aí vai. Acham que é pouca coisa? Este território representa nada menos que 90% da internet. Nasceu com uma causa nobre: permitir aos chineses o acesso não supervisionado à internet. Mas como tudo que o homem cria e não há supervisão apodrece, a Deep virou campo fértil para mafiosos, assassinos de aluguel e, principalmente, toda uma horda de pervertidos que cultuam o Diabo, pessoas que se mutilam, canibais, pedófilos dos mais sujos, experimentos científicos com humanos e -segundo pessoas que consultei - coisas tão graves que quem vê jamais assumiria que viu.

Eu sempre disse para as pessoas serem questionadoras e curiosas, para pensarem fora da caixa, além do senso comum. Então eu descubro que 90% do ambiente em que mais interagimos e consumimos informação é tão podre que eu desisti de investigá-lo. Eu fui conta os meus princípios e resolvi ficar apenas com os 10% mais seguros da internet.

O pior de tudo não é a sensação estranha de fechar os olhos para toda uma realidade, é refletir e me lembrar que este ambiente é composto de gente de verdade, escondidas pelo anonimato. E são muitas pessoas, e podem ser qualquer um de nós. E então eu passo a me perguntar se este mundo tem cura, se vale a pena lutar por um mundo infestado de pessoas assim. Bater cabeça, firmar o congá, dar passagem aos Orixás, deixar que eles deem passes e consultas, façam suas curas e mesmo assim o mundo fica cada vez mais doente.

Mas fazer o que? Se a perversidade persiste mesmo enquanto a gente se esforça em semear as sementes do bem, imagina se desistíssemos? Desistir de praticar e ensinar a caridade só me deixaria mais decepcionado do que já estou.

Decepcionado com a humanidade por ser tão doente. E comigo por ter recuado, não me envolvido.

Axé meus irmãos.

11 de mar. de 2013

A estrada da vida

Como você trilha a sua estrada?
Olá umbandistas, como vão?

Há algum tempo eu escrevi uma série de textos sobre a mediunidade consciente e em um destes artigos eu falei sobre o fenômeno da lembrança, que nada mais é do que as recordações da gira que permanecem conosco após o transe mediúnico. Falei de sua finalidade e ficou claro que lembramos de tudo que nos for útil para o aprendizado, segurança da gira entre outras coisas.

Vou ilustrar com um exemplo da gira passada, um ensinamento que me foi deixado pelo Sr. Marabô.

Após os trabalhos eu me lembrei que alguém (não me recordo quem, sério) havia ido conversar com ele para agradecer a força dada pelo plano espiritual que lhe ajudou a enfrentar um período de turbulência. Ele, com toda a educação do mundo, lhe respondeu:

"Não me agradeça, pois ajudar é a nossa obrigação e vocação. E não se acostume, pois este mundo em que vivemos (sim, "vivemos"porque eu fico mais tempo neste plano do que nos outros) não foi feito para alegrias, vocês estão aqui para serem testados e evoluir com isso. A felicidade é situacional e serve para nos dar força de encarar as dificuldades de nossa existência. Para facilitar, imagine que sua vida é representada por uma  longa estrada sinuosa e cheia de buracos onde você fatalmente cairá na maioria deles (cabe a você aprender a desviar dos que puder) e a cada queda você perde ânimo e fé, perde combustível. Os momentos bons são como os postos de gasolina na beira da estrada. nunca são muitos, mas são suficientes para nos encher o tanque e seguirmos em frente. Vai de nossa inteligência aproveitá-los ou não... ficar sem gasolina no meio do caminho é uma possibilidade".

Achei o exemplo de uma simplicidade e clareza que só a Umbanda tem. Cada um é senhor de seus caminhos e sabe dos buracos onde se enfia ou se deixa enfiar. Cada um fica no posto de gasolina o tempo que julgar necessário para enfrentar a estrada novamente, contanto que a enfrente! Por o bom dessa estrada é mesmo a viagem e não as paradas, nem mesmo a chegada.

Como diz a canção: "O que se leva dessa vida é a vida que a gente leva".

Axé!

7 de mar. de 2013

A doença da humanidade



Bom dia povo que veste o branco.

Há algum tempo atrás escrevi um texto aqui, com o título "Você é o que você pensa", se somos o que pensamos, uma pergunta paira sobre nossas cabeças quando fazemos tal afirmação.

Se somos o que pensamos, qual a origem de nosso pensamento ?

Um pouco complexa essa pergunta, onde podemos conclui-la através de diversas linhas de raciocínio, psicológica, explorando alguns conceitos de Freud, podemos explica-la seguindo alguns conceitos fisiológicos, podemos também discuti-la seguindo um conceito mais empírico, mas tudo isso é muito blá blá blá, quando na verdade nós pensamos aquilo que consumimos.

Ora vejam, temos então uma sequencia logica onde:

Somos o que pensamos e pensamos o que consumimos, portanto de um jeito de outro o que você é também aquilo que consome. E se quer mudar um pouco do jeito humano de ser, mude seus pensamentos, mude o que consome.

Todo Umbandista, Espírita, Candomblecista, Católicos e Evangélicos  tem por máxima da religião a caridade para com o próximo, mas com qual intuito ? Uma vaga no céu ? Reconhecimento ? Prêmio Nobel da Paz ? Uma estrela na calçada da fama ?

Não...

A prática da caridade além de buscar a evolução coletiva do mundo, tem como ideal a sua reforma intima, somente através dela, sentindo e vivendo uma vida caridosa nos reformaremos intimamente.

Mas existem outros caminhos também para isso, algo mais interno e entrospecto, onde poderá se conhecer melhor, deixar de lado toda a influência que sua personalidade sofre, pela mídia, pelas tendências, pelos desejos.

A mudança de pensamento, da forma de pensar pelo consumo de coisas mais saudáveis.

Mas que texto mais nutricional não ? Sim vamos mudar nossa alimentação mental e espiritual ?

Depois de um dia estressante de trabalho, onde você já enfrentou o transito e os problemas da capital, ao chegar em sua linda casinha, tem a genial ideia de ligar na Record (nada contra uma emissora evangélica), mas nesse exato horário você começa a consumir todo tipo de desgraça e tragédia que pode acontecer no dia. Assassinatos, roubos, crimes, acidentes, mortes, enfim uma diversificação de conteúdo nada saudável.

Logo após isso, você tem mais uma genial ideia, a de conversar com algum colega, amigo, parente, irmão sobre alguma coisa, alguma coisa que podemos chamar vida alheia, pondo em prática uma das piores pragas do umbandista, a maledicência.

Terminando a conversa você lembra da estressante rotina que enfrentará na manha seguinte, o transito, os problemas no trabalho, o transito de volta, as noticias ruins, a conversa nada produtiva, todo esse ciclo viciante de drogas mentais e espirituais.

Seus pensamentos já modulados por essa frequência de conteúdo negativos consumidos, começam a te causar alguns sintomas que nós humanos sempre teremos a mania comoda de externizar.

- A vida esta estressante
- Estou com dores de tensão no pescoço.
- A rua está cheia de perigos e pessoas perigosas
- O ser humano é um animal horrível
- Tudo está uma M¨%#$%#A !

Bom, tudo o que foi consumido, foi uma grandessíssima  M¨%#$%#A ! Seus pensamentos estão uma verdadeira M¨%#$%#A ! Sua frequência vibracional encontra se num estado de M¨%#$%#A !

E agora... Parabéns acabas de ganhar um convite a um espirito obsessor, terás também um poder incrível de atrair para a sua vida pessoas ruins, situações indesejadas, perigos e desgraças, como tudo aquilo que consumiu, fofoca, tragédias, pessimismo, acidentes, tudo de mais ruim possível.

Esse estado é algo bem difícil de se reverter caso não perceba o que tem consumido.

Se ligue em coisas boas, fale e espalhe coisas boas, assuntos bons, produtivos e construtivos, consuma histórias que te façam bem, leia algo nostálgico, consuma mais o amor, por mais tenebroso que seja o mundo em que vivemos, o amor sempre está presente. Contribua com a cura da doença humana, contribua partilhando essa ideia.

Comecem a reforma intima pelas coisinhas simples, então a caridade será mais eficiente, os bons espíritos terão mais facilidade em comunicar se com você, suas intuições serão mais aguçadas, sua vida terá um outro tom de verde.

Uma vez ouvi de um Caboclo que o que não abençoa, amaldiçoa.

Que Oxóssi e Iansã iluminem o dia de todos vocês.

 

5 de mar. de 2013

Aconteceu Comigo IV: um encontro inesperado


É nos encontros mais inusitados que Deus nos dá as maiores lições de vida.
Olá umbandistas, como vão? Todos vocês conhecem a nossa série de textos Aconteceu Comigo, certo? Aqui relatamos fatos interessantes de nossas vidas como umbandistas e também os nossos aprendizados. hoje o texto não será de minha autoria e nem do Irmão Rafael, quem nos enviou esta história foi a Ingrid, leitora do Ser Umbandista. Leiam:

"Olá, amigos umbandistas!

Primeiramente, deixe me apresentar. Sou Ingrid, umbandista há aproximadamente 5 meses, filha de Oxum e, sinto-me honrada em ser também filha de Oxalá.

Descobri ser médium quando tinha uns 12 anos através de desdobramentos. Depois de alguns anos vim saber que as vozes que ouço desde criança não são coisas da minha cabeça... Toda vez que eu ia num Centro Espírita (normalmente Mesa Branca) ou em alguma reunião que os médiuns recebiam entidades espirituais, eu era cobrada de desenvolver minha mediunidade. Por alguns meses tentei desenvolver, mas nunca sentia nada, e depois de um tempo larguei esse Centro.

Fiquei um bom tempo sem frequentar lugar algum, até que um dia, aceitei conhecer um terreiro de Umbanda.
Fui com medo e com preconceito, mas minha curiosidade era muito maior. E então, me apaixonei. Senti que, finalmente, havia encontrado um lugar que me identificasse e era ali que eu queria ficar. Fiquei super empolgada para desenvolver e todos me pediam "paciência, ainda não está na sua hora". Por que eu era tão cobrada e agora preciso ser paciente? Demorei a aceitar, mas com muito custo, aceitei.

Mesmo sem desenvolver a mediunidade, eu percebi que a Umbanda me fez desenvolver como ser humano, e principalmente, como espírito. Já ouvi diversas definições do que é ser umbandista e todas, sem exceção, pregam a caridade.

Caridade... E assim começa minha história.

Estava passando por uma fase um tanto quanto turbulenta em minha vida. Conflitos internos, confusões mentais e emocionais, depressiva, agoniada, revoltada, muitas sensações ruins. Sentimentos meus, para mim mesma, que eu não conseguia me desfazer. Acabava descontando minhas frustrações no meu noivo, pessoa mais próxima de mim. E isso começou a abalar nosso relacionamento. Se eu não estava me aguentando, imagine ele!? Eu estava numa fase tão “dane-se o mundo” que se ali tivesse um término (da parte dele), eu acho que nem me importaria.

Sou uma pessoa extremamente carente, eu assumo isso. E quando estou nessas fases, me sinto a pessoa mais sozinha do mundo. Ao mesmo tempo em que eu estava caindo, eu lutava para não me entregar, mas o lado ruim estava forte. Rezava todos os dias pedindo ajuda de Deus para que me livrasse desses pensamentos e sentimentos ruins. E eu tinha Fé que sairia dessa, mas a dor era grande.

Certo sábado, depois de fechar o portão da rua, estava entrando em casa quando ouvi um “Psiu, moça!”. Olhei para trás para ver quem me chamava. Era uma senhorinha, voltei até o portão para ouvir o que ela tinha a dizer.
"Eu sabia que você não me daria as costas porque você tem Deus no coração". Respondi sorrindo: “Sem dúvidas, jamais daria as costas para qualquer pessoa”. Ela: "Eu moro num quartinho, só Deus e eu. E você acredita que cortaram minha luz por causa de R$ 10,00?".

Ela segurou minha mão pelo vão do portão e começou a desabafar. Não parecia estar mentindo, os olhos verdes dela brilhavam enquanto falava comigo. Falou onde morava, que muita gente bate a porta na cara dela quando ela pede ajuda, que as pessoas costumam maltratá-la, das doenças, que trabalhou a vida toda como empregada doméstica, e que hoje é só ela e Deus.

Pedi que esperasse, veria se tinha algo para ajudá-la. Entrei em casa, peguei R$ 10,00 (valor da conta de luz dela), voltei para a garagem, mas dessa vez abri o portão e fui ao encontro dela: "Olha, pra você pagar sua conta. Saí aqui fora pra te dar um abraço também". A senhorinha deu um sorriso do tamanho do mundo e, enquanto eu a abraçava, deu muitos beijos no meu rosto. “Muito obrigada, que Deus te abençoe sempre!
E, segurando minhas mãos, após alguns segundos em silêncio: “Você já casou?

Senti meu coração disparando nessa hora. Poxa, eu estava em crise e a minha vida amorosa estava abalada por culpa minha. Se a intenção era puxar assunto, tinha tanta coisa pra falar ou perguntar, por que entrar justo nesse assunto? “Não, ainda não casei, sou noiva.”, respondi timidamente. “O seu noivo tem muita sorte em ter você, pode falar pra ele que eu estou te falando isso! Você é uma ótima pessoa, é uma moça linda e tem Deus em seu coração”.

Engoli seco quando ela disse isso, e ainda me questionou onde ele estava. “Ele deu uma saída, mas logo ele vem pra cá”. A senhorinha respondeu “Que pena, queria tanto conhecer seu noivo! Mas, ó, muito obrigada pela sua ajuda. Agora posso pagar minha conta, então vou voltar pra casa. Que Deus te abençoe!” e me deu mais um abraço com mais beijos no rosto.

Entrei em casa, corri pro meu quarto e comecei a chorar. Chorei porque eu agi atendendo meu coração e não foi por acaso que tivemos esse encontro. O retorno que eu tive, praticando a caridade, foi muito maior!

Quanto à minha carência, tento sempre me lembrar do que o marinheiro Tomé de Souza me disse certa vez: "Você supre sua carência sendo carinhosa. Quando damos carinho, nós recebemos carinho. É uma troca”. Não tenho dúvidas disso!

Talvez Deus faça essas coisas para fazer nossa alma ter um pouco mais de vida.

Posso não ser médium desenvolvida, mas acho que estou conseguindo fazer minha parte como umbandista.
E, acima de tudo, assim como essa senhorinha que bateu em minha porta, eu e todo mundo temos que cultivar Deus em nossos corações.

Que meu pai Oxalá abençoe e ilumine o coração de todos vocês!"

Deus se faz presente em nossa vida das formas mais sutis e nos encontros mais inusitados. E o que devemos fazer quanto a isso? Aprender... refletir, aprender e colocar em prática o que a vida nos ensina.

Se você tem uma boa história para dividir com seus irmãos umbandistas, mande um e-mail com o título Aconteceu Comigo para serumbandista@gmail.com .

Veja mais da série "Aconteceu Comigo"
  1. Um espírito no acampamento
  2. Manifestações físicas
  3. Um exemplo de fé