Se pararmos para pensar, o que somos hoje é resultado do que vivemos em todos os dias anteriores, das pessoas que conhecemos, lugares que frequentamos, enfim, nosso presente e futuro são frutos de nosso passado.
No último dia 21 de Abril fui convidado para a reabertura da Federação de Umbanda Caboclo Cobra Coral e Iansã, uma Casa que para mim e para todos os membros do Portal dos Orixás (Templo que ajudo a dirigir) e até para você, amigo leitor que aprecia o que é escrito nesse blog, tem significado especial, pois foi ali que se edificou grande parte do que eu, meus irmãos e minha Mãe de Santo somos hoje e, com isso, o Templo que cuidamos. Todo o nosso conhecimento e firmeza tem como base o que aprendemos ali.
Era festa de Ogum, um grande retorno depois de quase 4 anos sem sessões naquele pequeno terreiro, também fazia praticamente o mesmo tempo que eu não pisava ali - foi quando comecei a faculdade e as tarefas no Portal dos Orixás se tornaram mais árduas. Adentrei na casa junto com meus filhos, mãe e irmãos e pude rever pessoas muito importantes para mim, dentre elas meu padrinho Petrolino e a minha madrinha Maria, pessoa que me deu um dos conselhos mais profundos para meu desenvolvimento espiritual: "se segure firme, porque assim os Guias fazem mais força para agir e ficam mais presentes. E nunca mude, você é o que Deus quer e se orgulhe de suas virtudes sem ficar vaidoso".
Já deu para sentir o quão pequenino eu era ali naquela casa, não? E eu estava feliz por isso. Feliz por estar lá como filho, como aprendiz observando os grandes trabalharem com a garra de meninos. Uma viagem ao passado, me via uma criança novamente com minhas dúvidas e aquela euforia por saber quem eram meus pais de cabeça, Orixás protetores e demais linhas. Um garoto ávido por conhecimento cantando e batendo palmas, com os olhos brilhando a casa manifestação espiritual, aquela Cláudio que chegava em casa depois da gira comentando com os irmãos "Meeeeeeu, eu quase ão lembro de nada! Como o baiano dançou o hoje, você viu?". Eu estava feliz por não ter comigo a responsabilidade de ser um pai de santo.
Mas nada é como a gente imagina. O dever que nos é conferido pelo astral não pode ser abandonado, sequer temporariamente. Quando a gira começou tudo estava diferente, eu era outra pessoa, uma versão diferente do Cláudio de outrora, mais duro e atencioso, chamando a responsabilidade para mim da mesma maneira que minha Mãe de Santo e meu irmão, Pai Peninha. Os olhares eram inquietos sobre nossos filhos que nos acompanhavam, queríamos saber se estavam bem, se estavam firmes e se precisavam de algo. A gira seguia e eu não me sentia filho como eu queria, eu era ali um visitante na casa em que um dia fui hóspede.
Saí de lá com uma certeza: eu estava feliz. Não da maneira que eu esperava ficar, mas feliz por ter o que eu tenho, por ter sido escolhido pelos Orixás e recebido deles filhos ímpares que, via de regra, me fazem querer largar tudo e desaparecer e logo em seguida aplaudi-los de pé por seus acertos. Estava feliz por poder enxergar as coisas com mais clareza, por ver que sou um bom produto de de minhas experiências - principalmente as negativas como as passagem de Belzebú e a festa de Exú de quatro ou cinco anos atrás, fatos que prometo um dia contar a vocês. Principalmente fiquei feliz por rever grandes amigos e poder, novamente, me espelhar em sua sabedoria.
Umbanda é isso, é visão, admiração e uma surpresa a cada dia.
Axé.
Já deu para sentir o quão pequenino eu era ali naquela casa, não? E eu estava feliz por isso. Feliz por estar lá como filho, como aprendiz observando os grandes trabalharem com a garra de meninos. Uma viagem ao passado, me via uma criança novamente com minhas dúvidas e aquela euforia por saber quem eram meus pais de cabeça, Orixás protetores e demais linhas. Um garoto ávido por conhecimento cantando e batendo palmas, com os olhos brilhando a casa manifestação espiritual, aquela Cláudio que chegava em casa depois da gira comentando com os irmãos "Meeeeeeu, eu quase ão lembro de nada! Como o baiano dançou o hoje, você viu?". Eu estava feliz por não ter comigo a responsabilidade de ser um pai de santo.
Mas nada é como a gente imagina. O dever que nos é conferido pelo astral não pode ser abandonado, sequer temporariamente. Quando a gira começou tudo estava diferente, eu era outra pessoa, uma versão diferente do Cláudio de outrora, mais duro e atencioso, chamando a responsabilidade para mim da mesma maneira que minha Mãe de Santo e meu irmão, Pai Peninha. Os olhares eram inquietos sobre nossos filhos que nos acompanhavam, queríamos saber se estavam bem, se estavam firmes e se precisavam de algo. A gira seguia e eu não me sentia filho como eu queria, eu era ali um visitante na casa em que um dia fui hóspede.
Saí de lá com uma certeza: eu estava feliz. Não da maneira que eu esperava ficar, mas feliz por ter o que eu tenho, por ter sido escolhido pelos Orixás e recebido deles filhos ímpares que, via de regra, me fazem querer largar tudo e desaparecer e logo em seguida aplaudi-los de pé por seus acertos. Estava feliz por poder enxergar as coisas com mais clareza, por ver que sou um bom produto de de minhas experiências - principalmente as negativas como as passagem de Belzebú e a festa de Exú de quatro ou cinco anos atrás, fatos que prometo um dia contar a vocês. Principalmente fiquei feliz por rever grandes amigos e poder, novamente, me espelhar em sua sabedoria.
Umbanda é isso, é visão, admiração e uma surpresa a cada dia.
Axé.
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