Olá povo de Umbanda, como estão? Espero que tenham aproveitado o dia das mães, porque eu aproveitei (minha mãe é aquela senhora de óculos e sorriso no rosto, a segunda pessoa da esquerda para a direita).
Esta foto acima é o motivo de eu escrever o texto de hoje, ela foi feita minutos antes de iniciarmos a nossa festa de ciganos. Eu estava estava apertando o couro do atabaque quando vi a movimentação das pessoas, todos contentes sob a energia cigana e decidi reunir a turma para um retrato de família. Não apenas porque ficaria bonito, mas porque aquele era um retrato de uma era em nosso terreiro.
Me lembrei de uma foto antiga (que já não tenho mais, infelizmente), de um tempo que nosso templo tinha muito mais que o triplo das pessoas de hoje, naquela foto as pessoas mal cabiam na imagem. Eramos outra casa em um outro tempo, lidando com energias diferentes das de hoje e com pessoas igualmente distintas das que frequentam a nossa casa atualmente.
É incrível como as coisas mudam com o passar dos anos. Podem mudar radicalmente até com o passar das horas! Quem acompanha o Ser Umbandista sabe que eu co-dirijo um templo de Umbanda e estou liderando a casa há mais de 2 anos, o que me surpreende é que nesse período os trabalhos adquiriram uma formatação que caminha lado a lado com aquilo que eu acredito ser a filosofia umbandista mais aplicável para o contexto atual de nossa sociedade: racional, questionadora, livre de preconceitos ou dogmas, enxuta em questão de rituais, acolhedora e simples acima de tudo, contudo sem negar suas raízes.
Esta é uma visão MINHA e que diverge - de maneira saudável, claro - em vários pontos da visão de minha própria mãe de santo. E o curioso é que nas giras que ela ocasionalmente comanda é possível notar a diferença no ar, no axé que circula, no comportamento das pessoas e Orixás, na duração dos trabalhos e nas linhas presentes. Nas vezes em que ela chega no meio dos trabalhos dá para sentir isso em questão de minutos, quando eu digo a ela "A gira é sua, por favor assuma", eu posso sentir essas mudanças em questão de segundos, de momentos.
Várias casas podem coexistir em um único templo, pois tudo depende da união de pessoas e Orixás, daquilo que pensamos sobre a religião a qual nos dedicamos, dos campos onde nossos guias atuam, do amor que geramos. E o melhor de tudo é que independentemente dos rumos que desejamos dar às nossas casas, a caridade está sempre sendo feita.
Então desfrutem!
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