Acho que nunca ouvi um termo tão amplo e passível de confusão quanto "Firmeza de Cabeça". Há que o ligue a rituais, posturas ou até mesmo um estado de espírito. O chamado estar firme na gira, ou não.
Para mim firmeza de cabeça é um condição do fiel, feita a base de treino. Simples assim. Firmeza de cabeça, trocando em miúdos, é saber abrir e - principalmente - fechar as portas de sua coroa nos momentos certos, evitando constrangimento e até situações perigosas, posto que há no mundo espíritos bons e ruins, tal qual há pessoas boas e ruins também. O médium deve saber o momento certo de receber os bons espíritos e este momento é obviamente em seu templo, sob a supervisão de seu zelador espiritual. fora estas situações eu não aconselho a nenhum médium em desenvolvimento (vale lembrar que estamos TODOS em desenvolvimento) a sair por aí dando vazão aos anseios de incorporar não importando onde esteja. É fato que incorporar é muito bom, nos sentimos em paz e renovados quando o orixá se vai, e fato também que a todo momento alguém necessitado e que sabe de nossa mediunidade aparece pedindo uma consulta ou algo similar e quase sempre ficamos com o coração partido querendo ajudar. Mas há milhares de formas dos espíritos se manifestarem em nossas vidas além da incorporação, pensem nisso.
A habilidade de fechar as portas da coroa é essencial ao bom médium tanto para a sua segurança quanto para a segurança da gira e dos assistidos numa eventual consulta, pois os maus espíritos estão a todo momento circulando a procura de fragilidades das pessoas, como rancor, vaidade e baixa firmeza. Se valem desses defeitos para fazer suas maldades. Caso muito sério.
Por isso digo que mais vale para a força da gira o fiel que custa a receber em si os espíritos por medo destas influências, do que aqueles que esfregam as mãos ávidos incorporar algum espírito sem se preocupar se ele é bom ou não. médium sem firmeza pode até ter um desenvolvimento mais rápido quanto à forma (os guias falam mais, giram menos etc.), mas em relação ao conteúdo eles falham. São os primeiros a cair na gira e também os primeiros a sair dela, enfraquecendo a corrente e deixando-a exposta.
Por menos que o orixá incorporado fale, mesmo que ele apenas gire, é certo que cabe a ele e aos demais em mesma condição a sustentação da força da gira, garantindo a segurança dos trabalhos, dos passes e das consultas em execução pelos orixás desenvolvidos.
Axé.
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