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25 de jun. de 2012

O dia em que Xangô salvou a gira, o templo e a mim

 
Olá irmãos, como vão? Semanas atrás eu estava conversando com uma amiga e ela me perguntou como eu estava espiritualmente, de cara respondi "De 100% para mais! O terreiro está ótimo, estou cheio de ideias e quero fazer muito mais pela obra". Isso tudo foi antes dessa última e fatídica semana.

O clima realmente estava tenso em todas partes. Tinha filho que queria sair, gente discutindo porque duas imagens foram tiradas de lugar no congá. Esta última, na minha opinião, foi a discussão mais idiota que já vi surgir dentro de um templo nos últimos anos e ganhou proporções enormes, inclusive horas antes da festa de Xangô.  E para completar choveu horrores em Itanhaém (cidade onde fica nosso Templo), a estrada ficou muito ruim de transitar e na data da festa estava muito frio e também acontecia duas quermeces bem próximas ao nosso terreiro. Resultado: pouca gente foi, inclusive dentre os filhos tive ausências além das habituais, e dos que foram eu ainda tinha três filhos praticamente impossibilitados de se levantar da cadeira por motivos de saúde.

Eu estava lá me sentindo completamente só. O terreiro parcialmente vazio, estava frio, eu com bronquite e ainda ecoava em minha cabeça a frase que me disseram meia hora antes: "Você está acabando com este terreiro. Um a um todos estão indo embora por sua culpa!"

Já imaginou iniciar uma gira com o peso do mundo em suas costas? Eu já, mas jamais sonhei que seria assim. Foi então que fiquei diante do congá enquanto todos se aqueciam cantando um ponto novo e orei a Xangô pedindo forças a ele. Pedi que me desse coragem e luz e assim que abri os olhos eu me lembrei da resposta que dei a quem me falou a frase citada acima: "Sai da casa quem quer, mas quem fica mostra que tem foco na missão de caridade de cada umbandista no mundo, não só aqui". E de fato Xangô me mostrou que era aquilo mesmo, os poucos que foram enfrentaram o frio, a chuva, horas de viagem, dores no corpo que impossibilitariam qualquer um de sair de casa e também a tentação de ir se divertir com os amigos num sábado a noite. Cada um venceu sua pequena batalha naquele dia para estar ali dando o melhor de si para que outras pessoas voltassem bem para suas casas.

Iniciamos a gira, cantamos, rezamos e trabalhamos como nunca! Os poucos presentes em nosso círculo se transformaram em um exército, vencendo demandas e energias negativas, o Senhor Xangô das Almas bateu tanto as suas pedras que chegou a quebrar algumas, tamanha a sua força e determinação. Um retrato do que todos ali viviam: filhos fortes capazes de quebrar rochas e fazer o impossível em nome da caridade e da fé em nosso Pai Oxalá.

Este texto eu dedico a todos vocês que estiveram lá comigo e não deixaram nossa casa bambear. A vocês fica o meu mais sincero agradecimento.

Obrigado e muito axé!

21 de jun. de 2012

Você é o que você pensa


Bom dia, boa tarde ou boa noite meus irmãos.

Primeiramente, aqui deixo minhas desculpas pelas 3 semanas sem postar, realmente estava tudo muito corrido.

O tema central do SU é Umbanda, não fugindo do tema mas completando com uma das arestas desse pensamento, dissertarei aqui sobre um estudo e um teste que fiz e apliquei em minha própria pessoa, tendo como referencia a Kaballah Judaica.

Mas então vamos ao que interessa, com uma pergunta bem peculiar.

Quem é você ?

Da forma mais racional que existe, você irá responder, seu nome, sua idade, a cidade em que nasceu e o que faz da vida, certo ? 

Bom, de certa forma sim, está certo, mas além disso quem é você ? Numa de minhas postagens, citei que somos tudo aquilo que já vivemos, vimos, ouvimos e experimentamos, mas hoje digo por experiencia própria, com base nessas 3 últimas semanas que pude comprovar de forma tão benevolente essa teoria que vos apresento, somos muito mais do que isso, somos exatamente aquilo que pensamos. Com toda certeza tudo o que vivemos, vimos, ouvimos e experimentos terá 90% de influência em seus pensamentos, o que pode te aprisionar a situações não agradáveis, caso julgue assim tudo o que tem passado nos últimos dias e a única forma de você virar esse jogo é mudando a forma como tem pensado. 

Como uma bola de neve, difícil de conter quando tiver um grande volume e difícil de para-la quando tiver em grande velocidade, é assim que nossos pensamentos funcionam, um turbilhão de idéias e julgamentos que nos fazem ter reações iguais ou similares à aquilo que estamos pensando ou sintonizados. O pensamento negativo diante de uma situação delicada, é tão difícil de conter como uma bola de neve, e sua tendencia é cada vez mais aumentar e ganhar mais velocidade e quando perceber a proporção que tudo tomou, tomará ciência de quanto está perdido e desorganizado. 

Seguindo uma lógica extremamente racional e cética, manter tais padrões de pensamento, não mudará em NADA os fatos que aconteceram e não ajudará em NADA, no que você pode fazer para sair de determinada situação, então tome essa lógica como uma premissa para mudar seu pensamento, para mudar quem você é. 

Agora de forma mais espiritualista, vamos virar esse jogo. 

Repare que existem pessoas no seu circulo social com quem sente um prazer enorme de estar por perto, ela tem um alto astral, agrada e anima o ambiente, tira sorriso dos mais sérios, conquista tudo o que deseja, consegue tudo o que quer, é confortável estar em sua presença, emana e exala bons fluidos, boas sensações e esta sempre rodeada por pessoas. Bom essa deve ser uma pessoa de sorte, que teve sorte na vida e então tem todos os motivos para estar assim. 

ERRADO

Ela com certeza, sem ter o que por ou tirar, tem os mesmos problemas que você, passa pelas mesmas dificuldades que todo brasileiro passa, tem medo, tem receio do futuro, e não sabe nunca o dia de amanhã. O que difere esse ser, é a forma como pensa e encara as coisas e consequente a isso a forma que tudo se resolve.

O modo que ele pensa, é o modo que ele age, é como ele é, e o que faz o resultado ser diferente. É o que ele emana e o que atrai para si. A famosa lei da atração. 

Nós médiuns, temos não só o cuidado mas o dever de termos bons padrões vibratórios, tanto para fins como esse como para nos sintonizarmos a bons irmãos já desencarnados.

Mas como mudar os pensamentos ? Como mudarmos quem somos ? 

Na Kaballah, tudo aquilo que é recorrente é denominado tikun, é o nome dado a situações que acontecem repetidas vezes em nossa vida, e que nos faz ter aquele padrão vibratório. Sabendo disso, já saberá identificar algumas de duas "provinhas" nessa encarnação, e sabendo disso já poderá agir diferente. 

Vejamos um exemplo:

Se eu pegar um pedaço de pau e quebra-lo em sua cabeça, você se aborrecerá com o pedaço de pau, ou com o autor do fato ? 

Lógico que com o autor do fato, o pedaço de pau só foi instrumento do ocorrido, e o mesmo é com a vida que usa das situações e das pessoas para nos enviar alguma prova ou expiação, não existe motivo racional já sabendo isso para culparmos aquilo que foi instrumento de uma prova nossa. 

Mas então devo ficar revoltado com o autor do fato, com a vida, com Deus, com os Orixás ? 

Também não. 

Também dentro do estudo da Kaballah, é explicado sobre os 3 níveis de uma situação:

A) Intenção
B) Comportamento
C) Resultado

Temos então a seguinte equação: A + B = C 

Quando o resultado não é o esperado, mexer na letra "A" não mudará em nada o que você espera, pois afinal a intenção de nossas ações devem ser sempre boas, o que nos sobra então ? 

A letra B, o comportamento, diante de um resultado não esperado, mude apenas seu comportamento. 

Em outras palavras, mudar seu pensamento, mudará seu comportamento e terá um outro resultado. 

Os resultados serão instantâneos, o sentimento será logo notado por você e pelas outras pessoas. 

Quando perceber a volta do pensamento negativo, apenas respire, mude sua respiração, seus padrões mentais estão diretamente ligados a sua frequência respiratória.

Agora que você já sabe quem é, faça isso valer a pena, faça a diferença nas pessoas, receber a luz não é uma dadiva, ela se dá ao compartilha la. 

Emane e compartilhe seus bons pensamentos, contamine as pessoas com boas vibrações.

Que meu pai Oxóssi esteja presente em cada pensamento de vocês e que minha mãe Iansã sopre para longe todos aqueles que não forem agradáveis. 

Abraço a todos. 

18 de jun. de 2012

4 perguntas sobre ABSTRAÇÃO que farão você mudar sua visão sobre a Umbanda.


Abstrair significa "cortar os laços com o real", mas como realidade é um termo filosoficamente discutível, vamos substitui-lo por visível e tangível. Afinal julgamos real tudo aquilo que vemos e tocamos, mas realidade se limita a isso?

Em um terreiro, devemos confiar apenas no que nossos olhos e ouvidos percebem e nossa pele toca? 
A resposta é um visível e tangível (e bem real) NÃO. O que vemos em um terreiro são apenas as marionetes, pessoas sendo movimentadas por uma força invisível, porém tão real quanto seus "aparelhos" físicos. E é realmente este o maior desafio do umbandista: abstrair, perceber as coisas além dos 5 sentidos.

Como a nossa visão do mundo pode atrapalhar em nossa compreensão da Umbanda?
Temos a mania de vincular conhecimentos, ou seja, quando nos deparamos com uma situação nova, atrelamos a ela os moldes de situações conhecidas para minimizar nosso desconforto e assim adentrarmos de forma gradual neste novo campo do conhecimento. Só que, ao contrário do ideal, passamos a moldar o conhecimento novo conforme nossas experiências antigas, criando uma percepção diferente da que devíamos ter de fato.

E qual é esta percepção? Cite um exemplo.
É a de que pouca coisa na Umbanda se assemelha à nossa vida cotidiana, porque lidamos com o invisível, com planos superiores e muito mais adiantados do que o nosso. Os Guias estão a frente da gente nos indicando a cada palavra o caminho ideal a seguir: o do amor, da doação e da humildade. Coisas que muitas vezes nos negamos a fazer em prol de nossos interesses pessoais. Quantas vezes nos revoltamos na vida porque não conseguimos aquilo que desejamos? E quantas vezes nos revoltamos no terreiro porque um Guia ou dirigente não nos deu a resposta que julgávamos a ideal? É nessa hora que percebemos como tratamos o mundo de Umbanda (muito mais evoluído) como o mundo cotidiano (cheio de falhas e vícios).

E quais as consequências disso?
A vida é feita de escolhas. E nesse caso nos cabem basicamente duas:
  1. Acatar e refletir sobre a resposta e absorvê-la como ensinamento, mesmo que este nos seja amargo.
  2. Tapar os ouvidos e seguir adiante, afinal a trilha foi feita para nós e ninguém pode caminhá-la em nosso lugar. Nos cabe aprender do jeito mais fácil ou não.
Lembrem-se: somos senhores de nossas vidas, é um direito que Zambi nos deus quando criou nossas almas. E estamos aqui para aprender e nos livrar dos vícios, inclusive do vício de não abstrair.

Axé e ótima semana!

8 de jun. de 2012

A CADEIRA


Fé significa "acreditar naquilo que não se pode ver", mas como nós somos em grande maioria seres visuais, como proceder neste impasse? 

A resposta está no apoio visual. A criação de elementos que nos ajudem, através da visão, a compreender a grandeza do invisível. Na prática, dentro dos templos, são as imagens, cruzes entre outros objetos que nos remetam ao Santíssimo, aos Orixás e Forças Superiores, assim podemos olhá-los e ativar em nosso interior a percepção de que não estamos sós, abrimos nossa mente para sentir as energias que nos cercam. Um primeiro exemplo interessante: um Orixá dá a uma pessoa o seu fio de contas (guia) para que ela utilize ao desempenhar determinada tarefa. O fato da pessoa estar utilizando um cordão de nylon com centenas de miçangas não resultará em maior habilidade ao indivíduo - por mais imantado de energias que possa estar. Mas o fato da pessoa estar de posse do objeto faz com que ela se abra ao Divino e receba as suas influências, aumentando a sua confiança e atraindo boas vibrações.

Para isso servem os símbolos e objetos no Templo. O que nos leva ao objeto-título deste texto: a cadeira.

A casa que ajudo a cuidar, o Portal dos Orixás, teve como congá (altar) durante muito tempo uma cadeira e um copo de água. Quando por muito tínhamos uma vela acesa, mas a união entre as pessoas superava a barreira do visível. A fé ali era tão grande que não havia necessidade de um altar grandioso com imagens enormes e com lugares cativos, graças a este amor ao que realmente importava - o espírito, não o gesso - não havia discussões sem sentido, afinal na Umbanda o que é belo e impactante é justamente o que não se pode ver, mas sentir. E só se sente quando abrimos o coração e isso só se dá com fé.

Uma cadeira e éramos felizes... as vezes eu penso seriamente sobre a necessidade dos terreiros de crescer. Para mim devemos pensar se o crescimento nos unirá mais ou não. Se um altar cheio de imagens em vez de uma simples cadeira nos ajudará a seguir a nossa missão ou criará discussões inúteis sobre onde devem ficar cada imagem de barro industrializado.



Para mim a Umbanda ainda é questão de 4 coisas: Fé, Foco, Bom Senso e Simplicidade.

Axé e que Xangô os ilumine.

1 de jun. de 2012

14/7 VOCÊ VAI AJUDAR?





Sou um homem de ideias, penso em coisas mirabolantes o tempo todo. só que dessa vez um comentário de uma amiga, assim do nada, plantou em mim uma semente:


"Cláudio, vamos fazer um sopão e dar para os pobres?"

Na hora respondi automaticamente "sim, vai ser uma boa" com aquele tom que joga uma pá de cal em cima do assunto. Mas a semente estava devidamente plantada e dias depois a coisa floresceu: "não é que dá para fazer? Se juntarmos muitas pessoas e essas pessoas juntarem outras, conseguiremos tudo o que for necessário".

Sabe... dirigir um terreiro não basta. É muito simples chegar lá e deixar que um espírito tome o seu corpo e ajude as pessoas. Me faz um bem danado ver que todos estão felizes quando a gira termina, saber que as pessoas voltarão para suas casas bem consigo mesmas e com um pouco mais de esperança. Mas não sou eu ali! É fácil esperar as pessoas chegarem com seus carros no terreiro e mais fácil ainda vê-las indo embora, mas e quelas que não tem como ir? E outros que sequer tem onde dormir? É desses que estou falando, das pessoas que correm risco de morte a cada noite fria, essa gente que não teve as mesmas oportunidades que eu tive. eu quero ajudá-las, nem que for com uma simples sopa.

Bom, a ideia é a seguinte: no dia 14/7 vamos distribuir sopa aos moradores de rua de São Paulo, inciaremos pela República e terminaremos no Bom Retiro. Além disso vamos distribuir agasalhos e cobertores para eles, pois não se vence o inverno apenas com sopa, não é?

E qual o plano?

  • Sem uma van e os caldeirões não dá sequer para começar o sonho, certo? Então se alguém tem ou conhece quem tenha uma van ou perua, por favor deixe um comentário com e-mail ou fone para contato.
  • O próximo passo é arrecadar agasalhos e cobertores. Todo mundo tem uma blusa velha ou uma manta que nem usa mais. eu peço a todos vocês que falem com seus conhecidos, transformem suas casas e empresas em postos de coletas. Nos passe o endereço e iremos buscar.
  • Depois é só juntar mais forças e comprar os legumes no CEAGESP e colocar a sopa no fogo!
Pensem nisso, nos ajudem a ajudar pessoas necessitadas. Você sente fome e frio? Imagine eles...

Axé.

25 de mai. de 2012

DUAS PERGUNTAS




Olá queridos filhos, amigos, irmãos e leitores. Vou confessar para vocês que eu não me planejo muito na hora de escrever. Realmente não defino uma pauta semanal com assuntos importantes. Não, eu me deixo guiar pelo acaso e curiosamente a vida me planta nos sentidos algo interessante para discutir. E foi exatamente isso que me aconteceu ontem.

Em uma conversa trivial com uma filha, ela me relembrou uma pergunta crucial a todo umbandista: 

"O que você espera de um terreiro?"

E é exatamente sobre isso que conversaremos hoje. A minha opinião é simples: não espere nada! Porque é exatamente este o propósito da Umbanda, você não ganhará absolutamente nada da instituição ou de qualquer pessoa lá, seja ela carnal ou espirito. O umbandista está na fé para se doar, ele tem a consciência de que faz parte de uma grande máquina chamada vida e sabe que ali ele representa uma dentre milhões de engrenagens que precisa funcionar perfeitamente para que toda a estrutura siga em frente sem danos ou excesso de pressão na engrenagem seguinte. E ele faz mais, ele trabalha mais do que realmente pode para que alguma peça próxima que, por ventura esteja com alguma dificuldade, não sofra tanto com o peso do trabalho.

Isso é ser umbandista: é dar sem esperar receber. Não falo de dar algo material, algum objeto ou valor, eu refiro-me a dar-se, a se entregar de corpo e alma ás atividades do templo afim de aliviar o sofrimento alheio. Fazendo isso vocês sentir-se-ão mais recompensados do que se fossem aplaudidos de pé por uma multidão, isso eu posso apostar!

"Mas como eu faço isso mesmo estando cheio de problemas?"

É uma questão de visão. Uma outra amiga (creio que já posso me referir á ela assim) me mandou hoje uma linda mensagem que, em suma, diz que a vida é uma questão de escolhas. Você escolhe estar feliz ou triste, viver ou morrer, ajudar ou esperar auxílio mesmo sabendo que Oxalá lhe deus plenas condições físicas e mentais de vencer as demandas? A escolha é sua, o livre arbítrio é uma dádiva que Deus nos deu para que possamos fazer de nossas vidas o que bem entendermos e arcar com as consequências. Por isso eu digo a vocês que escolham estar bem, firmes e dispostos, que vão ao terreiro ou ao templo de sua fé para ajudar e fazer o bem, para contribuir com a sua força de espírito. Você sentirá como as energias do local mudarão, como tudo fluirá melhor e mais gracioso. E se você tem problemas, não se preocupe porque você não está só. Todos temos em menor ou maior grau, mas temos! Só que na Umbanda cremos em duas Leis que convergem: a Lei do Retorno e a Lei do Trabalho. Então ajude e a vida lhe mostrará a sua gratidão.

Com base neste pensamento eu deixo duas  questões a vocês:
  1. O que você espera de seu terreiro (leia-se sua religião)?
  2. O que você acha que seu terreiro espera de você?

A todos vocês um forte abraço e que Zambi os ilumine. Axé.


23 de mai. de 2012

O que você quer ser quando crescer ?



Astronauta, cientista, super-herói, sonhos nostálgicos, comuns, de quando ainda somos puros, de quando ainda somos crianças.

Fada do dente, coelho da Pascoa, Papai Noel, brincar de faz de conta, jogar peão, bater bafo, levar chinelada, andar descalço, jogar bola na rua, quebrar vidraça, chutar lata, apostar corrida, cuspidas, subir em árvore, espiar, ralar o joelho, riscar a parede, soltar bombinha, ter amigos, brincar de lutinha, ver desenho e dormir tarde. 

E depois que tudo isso passa, as únicas coisas que trazemos da nossa infância é a saudade e a mesma pergunta.

O que você quer ser quando crescer ?

Saber essa resposta, não será o fim de suas buscas, é apenas o ponto de partida que dará inicio a sua caça, para onde deve mirar sua flecha, é o que dará força para algo absurdo torna-se possível, não saber essa resposta também não é estar sem rumo, perdido ao relento, afinal temos pressa pra que ?

Dada a caça, com alvos na mira, o ímpeto e a vontade de vencer nos tomam conta, dia após dia criamos hábitos, mantemos a disciplina, acordamos cedo, temos bons dias, temos maus dias e até mesmo temos apenas dias, o que na minha humilde opinião são os piores. Acordamos cedo, dormimos tarde, economizamos, gastamos mais do que podemos, trabalhamos até tarde, tomamos café durante o dia e cerveja no final da tarde, pegamos transito carregado, metro lotado, ficamos com fome, com dor de cabeça e caímos na gargalhada nos momentos que mais precisamos ser sério. 

Segunda a Domingo, vivemos com a flecha armada e apontada para a nossa caça, para o nosso sustento, levamos o galardão no peito daquilo que somos, daquilo que escolhermos pra ser, e assim então segue nossa vida, trabalhando, caçando e colhendo. 

Hoje já não queremos ser mais astronautas, cientistas ou super-herói, não pulamos mais o muro e nem voltamos com o joelho ralado pra casa, não levamos mais chineladas, a não ser as que a vida nos prepara, também não chutamos lata e agora a brincadeira não é de faz de conta. 

Nossa lua virou uma casa, nossa formula cientifica hoje são contas do final de mês, e nossa missão como super-herói é manter se honesto e firme num mundo tão cheio de injustiças e vilões, nossas conquistas agora tem outros sabores, uns deixam se embebedar pelo vinho da ambição e acabam esquecendo que um dia já andaram descalços, outros ainda querem ir a lua, desenvolver formulas secretas ou voar pelo céu para salvar a linda donzela.

Mas uma coisa é fato e não mudou nada desde que eramos crianças, todos ainda temos sonhos. 

O que nos move, não é a conta paga, nem a casa quitada, muito menos o carro que você comprou, o que nos move está longe de ser o que nos tornamos, se somos astronautas ou hippies artesãos, o que faz nossos corações bater e os pulmões se encherem de ar a cada suspiro, é a vontade de vencer, de ter desafios, guerras e demandas para enfrentar, de resto, tudo o que você conseguiu sinto informar mas é mera consequência do sonho que teve e da batalha vencida, e que quando partir dessa, não levará nada contigo.

O que nos move é o desejo, o sonho. 

Ao contrário de que se pensa, os sonhos não são feitos daquilo que vivemos, o que vivemos é que é feito de sonhos. 

Apenas sonhe e cace, aprendi com meu pai que ele não atira para errar e minha mãe não guerreia pra perder, aprendi que se pararmos de sonhar, de ir a lua e de ser super-herói, nossas vidas serão apenas uma vida e não o sonho que sempre desejamos, seremos apenas mais um e não um super-herói. 

Que meu pai Oxóssi ilumine a caçada de todos aqueles que sonham, que minha mãe Iansã sopre os ventos para aqueles que ainda não tem sonhos, e que os ibejis façam daqueles que precisam, voltarem a sonhar como crianças.