Páginas

Pesquisar

Google Analytcis

13 de jan. de 2012

O CALENDÁRIO





As férias estão terminando. Muita coisa nos espera neste ano que - espero - seja cheio de transformações para melhor. Ano este que será de continuidade no que foi planejado em 2011, ano no qual somente os interessados em praticar a caridade desapegada permanecerão. um ano que se iniciará com sangue novo no templo, pessoas que retornam, gente que estreia com o branco umbandista. confesso que já estou aflito com tanta coisa que 2012 promete...

Agora já sabemos parte do que está por vir, para este ano tentamos balancear ao máximo as giras de esquerda e direita, evitando assim o erro do ano passado que laureou o público com giras de Exú em quase a maioria das sessões, o que reduzirá por lógica as sessões de descarrego. Logo se presume que com menos remédio deve-se aumentar a prevenção, ou seja, trabalharemos mais as defesas das pessoas do que a limpeza.

Este ano teremos exatas 18 giras, uma a menos que no ano passado, o que aumenta a quantidade de festas de Orixás que, espero, sejam mais lindas do que nunca em matéria de simplicidade e cooperação de todos. Vale lembrar que a palavra de ordem de 2012 é continuidade, porque embora nossa queria Mãe Raquel e eu tenhamos nossas divergências no trato com pessoas e na condução da obra e ela esteja retornando ao ofício, ela foi clara em seu discurso no dia 3/12/11 quando afirmou que as diretrizes da obra ainda ficam a cargo do Pai Peninha e de mim.

Bom, acho que por hora é isso. não se esqueçam dos nossos acordos de 2011 que perdurarão para este ano. e a cobrança será muito maior!

Axé.

6 de jan. de 2012

UM NOVO INÍCIO


Um novo ano se inicia, é hora de começar a encher o barquinho azul claro de novas lembranças e aprendizados, de frustrações e alegrias. Lidar com pessoas é isso: um amontoado de emoções confusas, surpresas a todo instante, você sorri, chorra, morre de desgosto e renasce na semana seguinte com uma alegria estonteante. Talvez seja isso o que mais me atrai na Umbanda, essa liberdade de sentir e aprender a cada coisa que acontece. Tenho pena daqueles que negam a si mesmos essa dádiva.

O bom desse ano é que a casa estará forte como nunca esteve. Embora nossa madrinha ainda faça falta (sempre fará, pois ela, Pai Peninha e eu somos trigêmeos univitelinos em matéria de terreiro), a direção do templo jamais esteve tão unida dentro e fora da casa. Nossa mãe vive momento de renascimento pessoal e encara novos desafios espirituais e - por que não dizer? - éticos. O que é uma maravilha, pois sem desafios não há jornada.

Pai Peninha é uma pessoa iluminada, vem crescendo a cada dia, tem uma família linda e amigos que o amam. É respeitado uniformemente por todos no templo (por mais que alguns digam o contrário). Não me furto em dizer que sem ele ali a obra não iria para frente. eu não resistiria.

Meu pai de sangue e cambone superior da casa, Dom Esequias Mojubá, é exemplo de garra, retidão de caráter umbandista e fé. Fés esta que pavimentou caminho para o que foi - em minha opinião - o milagre do ano: meu pai venceu mais uma batalha contra o vício da bebida num épico episódio com Senho Zé Pilintra, narrado aqui neste blog. É sem dúvida o grande propagador de nossa doutrina e nosso templo na cidade.

Talvez eu nunca tivesse falado de minha mãe de sangue e filha do terreiro, Dona Maria Alice. Talvez uma das figuras mais atuantes e controversas da casa. Falar é com ela mesma, ajudar mais ainda. Não dá para negar o esforço dessa mulata de mais de meio século de vida, pessoa que me criou com raça, que junto de meu pai possibilitou a edificação de nosso templo ao doar-nos uma fração de seu terreno. É ela quem gasta horas incontáveis raspando os pingos de vela arbitrariamente dispostos no chão. quando todos voltam para seus lares, é ela quem mantém limpo e organizado aquele salão de orações. Foi ela quem enfrentou a infestação de cupins que poderia levar ao chão o telhado do templo. Pouca gente sabia, até agora.

Cada um ali te a sua importância e me comprometo em mencionar nominalmente todos durante esse ano, desde que concordem. claro. E por falar em menção pessoal, é bom deixar claro que seguiremos com o planejado em 2011: doutrina e cooperação igualitária de todos. Quem falhar será cobrado pessoalmente, não haverá o excesso de cobranças ao grupo para atingir o indivíduo, a falta de bom senso nos leva a atitudes mais explícitas, contudo ainda particulares.

Vale também lembrar do recado do Sr. Exú Coroado, com sua rudeza característica, no encerramento dos trabalhos espirituais no fim do ano passado.

Coroado: Vocês sabem quem vai mandar aqui na era que vem?
Médium: Quem?
Coroado: Laroiê, Exú! e sabe o que isso quer dizer?
Médium: Não senhor, o que?
Coroado: Que vocês estão fodidos!

Axé.