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29 de out. de 2011

ERRATA


Falei semana passada sobre a busca por aprendizado, nossa missão aqui neste plano e a capacidade de encontrar Deus através de sua compreensão. Aprendizado. Vivendo e aprendendo com os acertos e, principalmente, com os erros. Todavia errar dói e para se defender da dor moral de um erro a consciência humana desenvolveu uma defesa: a negação. Todo mundo usa a negação, quando erramos logo damos um jeito de justificar o erro ou dar a ele aquela capa da boa intenção em que a atitude falha é vestida com o manto da necessidade. "Foi por uma boa causa, foi necessário" - sempre dizemos isso.

Eu faço isso quando erro, você também faz. É natural como qualquer outra reação de defesa humana, como um espirro para que o corpo se livre da poeira no nariz, como o arrepio que nos avisa que o frio é desconfortável, a negação tenta nos aliviar da culpa por uma bobeira ou um excesso cometido.

Contudo a negação nos impede de refletir? Não. O fato de sua mente tentar aliviar a carga da culpa, isso não mudará a mágoa que criamos, o desconforto gerado não pode ser esquecido e a cicatriz moral permanece. Então o fazer? Refletir sobre o impacto, se redimir e evitar que se repita, pois a reincidência é pior que o erro debutante, mostra total falta de consideração pelo próximo e também dolo pelo ato, já que a pessoa sabe e assume o risco de criar dano ao próximo.

Necessidade a parte, eu errei feio hoje. A mensagem foi correta, o meio foi desastroso e machuquei pessoas importantes para mim pessoal e espiritualmente. Para elas eu peço desculpas e dou minha palavra de não repetir o erro.

Sem negação, sem justificativas. Axé.

16 de out. de 2011

DEUS



Há cerca de um mês eu estava numa conversa de cozinha com minha sogra e uma amiga que é da família. três umbandistas conversando sobre - óbvio - a Umbanda. achei aquela conversa uma das mais construtivas que já tivera, pois ela não se resumiu ao relato de acontecimentos de terreiro ou sobre as graças que as pessoas alcançaram sob a orientação dos mentores que partilham dos corpos dos envolvidos na conversa. Aquela prosa não tratava de coisas ou pessoas, mas sim de ideias.

Falávamos sobre como as pessoas estão evoluindo em seu intelecto e o quanto ainda há o que melhorar. Através da troca de experiências naquela tarde eu percebi que quanto mais se busca o conhecimento, menor é a necessidade de rituais ou outras práticas que não julgo erradas, mas que tem cada vez menor peso em nossas vidas conforme vamos nos aproximando da fonte de iluminação. E qual seria essa fonte? Deus, claro.

Só que Deus em sua concepção mais pura e clara. Gosto da descrição do Livro dos Espíritos, de Allan Kardec: "Deus é a inteligência suprema, a causa primária de tudo o que existe". Bem mais simples e direto do que o Livro de Apocalipse: "Sou o alfa e o Ômega...", uma conhecida disse que por eu não conceber Deus exatamente como na Bíblia eu não era um homem Dele. 

É exatamente esse pensamento exclusivista que me dá aversão às religiões de maneira geral. Já frequentei igrejas que afirmavam que seriam salvos somente os que frequentavam aquele templo específico. quando ligo a TV vejo uma competição de milagres e carnês de salvação. Na Umbanda encontrei uma filosofia que permite várias crenças desde que elas pratiquem o bem, contudo encontrei também gente muito vaidosa como no caso que relatei da mãe que se achava superpotente.

O fato é que todos caminhamos - cada um à sua velocidade - na mesma direção: da simples religiosidade, não da religião. tal qual diz a bíblia: "todos os caminhos levam ao Pai..."

Axé.

7 de out. de 2011

É D'OXUM


Amanhã será festa de Oxum, uma singela celebração que jamais estará sequer aos pés do que este Orixá tão belo merece. Sim, sou filho dela e com muito orgulho em dizer isso embora confesse que em 99% das vezes em que me dirijo diretamente à Oxum é para pedir perdão. Por tudo o que faço, me acho tão falho e indigno de minhas responsabilidades que a impressão que tenho é que a imagem de Nossa Senhora aparecida (sincretizada de Oxum) que guarda a entrada do lar que me abriga está sempre a me vigiar, me lembrando que sou filho Dela, que devo honrar a confiança em mim depositada, que devo amar como Ela ama e ter ao menos um pouco de sua doçura.

Paro para pensar e me dou conta que ao ascender o congá antes das giras, a cada Orixá eu faço um pedido, seja pela casa como um todo ou para a segurança dos filhos, mas só para Oxum eu peço perdão por minhas falhas e para Oxalá eu agradeço pelos acertos e oportunidades. Me remeto à situações longínquas como no dia em que confeccionei meu brajá de três fios na cor de minha mãe - azul marinho. A cada conta fixada no fio uma lembrança de meu despertar à religiosidade, das descobertas, das tristezas, das broncas e elogios. Quando Pai Peninha teve a confirmação: "És filho de Oxum". Ele até então guardado no manto de Oxalá aguardara tempos sem fim até a confirmação, contudo era visível um "eu já sabia" em seus olhos. quem é filho de Oxum sempre sabe que é, por mais que se recuse a acreditar, mas ela está sempre ali a nos observar guardando a porta, numa estátua na rodovia, nas contas azuis de uma guia, dentro de nós.

Não importando qual seja o seu Orixá de cabeça, se você sabe ou ainda não quem ele é, entre em contato com ele. Não precisa de oferendas, de velas ou de um templo. Busque-o dentro de si, afinal a Umbanda - a religiosidade em si - não é uma experiência introspectiva? Deus nos fez um grande templo, o local mais sagrado na terra com uma pequena centelha de sua divindade. Um terreiro nada mais é que a reunião orientada de vários templos, ou seja, a união de cada um de vocês.

Axé.