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30 de set. de 2011

CAPACIDADE




Quando os Orixás me olharam e me mandaram zelar por sua casa e filhos eu não gostei, confesso. Me achava despreparado e leigo demais, jovem demais pra gerir pessoas mais velhas do que eu, seus conflitos e dissabores, lidar com a vida de uma porção de pessoas carentes de ajuda e atenção. Porque é fato: a maioria das pessoas só recorrem a um terreiro quando estão em desespero, quando acham que Deus lhes virou as costas ou quando por si sós já não conseguem alcançar seus objetivos e pensam que fazendo um despacho a solução virá. Me achava pequeno demais para mudar essa situação, com toda razão.

Mas como sempre descubro que o tempo é senhor da razão e o astral está sempre certo, aprendi que nunca estive pronto mesmo para resolver todos aqueles problemas, mas aprendi também que não cabe a mim resolvê-lo, minha parte é ensinar as pessoas a pensar e a notarem que quem faz as coisas por elas são elas mesmas. do contrário, para que o livre arbítrio, tido por todos como a maior dádiva concedida aos homens por Deus? Meu discurso é simples:  ninguém fará nada por você, nem homem e nem Orixá. Estão todos aqui para ajudá-lo, para te indicar o melhor caminho que você trilhará. Só isso.

Um discurso simples que implica em ações longas e muitas vezes duras. Minha proposta sempre foi a de tirar as pessoas de sua zona de conforto, de ensiná-las - médiuns e assistência - que nem sempre eles ouvirão o que esperam ouvir e que podem mesmo assim ficar bem com aquilo que precisam, não aquilo que querem. Pode até ser que nas primeiras vezes não se sintam "abraçados" pelo sacerdote, mas verão que estão se tornando muito mais capazes do que eram quando mimados, quando tinham apenas o pão e o circo.

Me chamem de frio, de excessivamente pragmático ou o que for, mas pensem: vocês se sentem mais capazes?

Axé.


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