Páginas

Pesquisar

Google Analytcis

2 de out. de 2015

Como entrar para a Umbanda - Parte 1: as motivações

como entrar na umbanda

Muita gente tem me perguntado via mensagem em nossa página no Facebook sobre como entrar para a Umbanda, se há algum tipo de chamado, rito de iniciação etc.

Nos próximos artigos eu tentarei transmitir de direta e objetiva sobre o processo de ingresso na Umbanda, suas motivações, erros e consequências.

As motivações

Basicamente, como os guias nos dizem, há duas grandes motivações para que uma pessoa entre para a Umbanda: a amor e dor.

  • Entrando pelo amor: é a motivação mais gostosa e também a mais rara de encontrarmos entre aqueles que ingressaram na Umbanda. Quem chega à corrente umbandista por amor é aquela pessoa tem afinidade com a espiritualidade, mesmo sem saber o motivo, que sente o coração explodindo de alegria ao pisar no terreiro. Pessoas que entram pelo amor, tendem a entender melhor o propósito da Umbanda e dos orixás, porque são guiadas pelo amor e, teoricamente, não tem uma carga negativa a ser neutralizada, não possuem grandes problemas a serem resolvidos antes do início de sua jornada.
  • Entrando pela dor: significa que você não entrou por vontade própria, ou seja, veio para no terreiro por conta de alguma enfermidade física, mental ou espiritual. Significa que a vida o empurrou para o terreiro após você ter dado cabeçadas por vários lugares. O lado positivo é que a dor pode ser uma grande escola, ao passo que o fato de seu ingresso na Umbanda não ser vocacional, sua curva de aprendizado pode ser muito difícil, já que seus principais motivos para adentrar à corrente foram seus problemas e não a sua fé inata.
Ambos os caminhos tem pontos positivos e negativos, sem dúvida, e não há como eleger o melhor, até porque não há competição e também porque não importa a sua via de entrada, o que vale mesmo é o que você fará daqui para frente.

Mais adiante nós abordaremos os ritos de iniciação e a sua importância.

Axé!

27 de mai. de 2015

O Homem Livre


Estou há um mês para escrever este texto, ele se baseia nas palavras do Sr. Marabô já no final de uma de nossas sessões de Umbanda, em nossa tenda do Santuário Nacional de Umbanda, no ABC.

Sr. Marabô estava conversando com alguém quando uma pessoa próxima disse, de um rapaz que acabara de sair da tenda, "Coitado, ele perdeu tudo e não sabe para onde ir". Naquela hora, o sábio Exu interrompeu a conversa e disse ao interlocutor, com seu charuto entre os dedos:

"Sorte dele ter perdido tudo, porque agora ele é livre. Eu tenho pena é do homem que ainda tem no que se apegar, porque ele vai morrer agarrado aos seus conceitos. este rapaz não, ele pode ir para onde quiser, fazer o que lhe der vontade. Por não ter mais nada, ele pode conquistar o mundo".

Eu passei todos estes dias refletindo sobre o quão apegados às coisas nós somos. e quando digo coisas, me refiro tanto ao material quanto ao intangível, ou seja, de roupas a ideias, de pessoas a mágoas, do dinheiro aos mais diversos sentimentos.

Se isso nos atrapalha na vida, pode nos atrapalhar no terreiro? Claro que sim. Porque o templo é um lugar de desapego, onde nós abandonamos todos os nossos laços com o visível, com o social, fraternal e amoroso, para simplesmente servir à causa umbandista, que é a caridade, o amor e a fé. se você entra no templo e bate cabeça sem este desapego, estará jogando fora a chance de aprender a ser alguém melhor, de ser um umbandista melhor. Você será sempre aquele sujeito limitado, que só tem um caminho a seguir: aquele delimitado por seus preconceitos, memórias, teimosias e mágoas.

Pense bem, você é assim? Você se liberta de tudo ao entrar no terreiro? Você é do tipo que não sente firmeza sem suas guias ou sem a roupa do seu orixá? Você é do tipo que só dá valor a uma gira se ela cumprir determinado protocolo?

Pense e nos responda.

16 de abr. de 2015

A Caridade Sempre Acontece

caridade na umbanda

Na última semana nos reunimos lá no Santuário de Umbanda para celebrar Ogum. Meu terreiro, para quem não o conhece, é muito pequeno, temos cerca de dez pessoas em nossa corrente e naquele dia estavam presentes apenas seis.

Antes de iniciarmos o desenvolvimento, conversamos sobre o último texto que postei no blog, falamos sobre as coisas que devemos ponderar antes de intervirmos na vida de alguém, seja esta pessoa necessitada ou não. Discorremos item a item do texto, conversamos sobre suas interpretações e aplicações no cenário real, sobre casos que vivenciamos e que se aplicavam neste contexto. Enfim, foi uma conversa muito proveitosa.

Gosto desses bate-papos antes da gira, porque eles nos ajudam a abrir a mente e a nos livrar de certos fantasmas. Muito além disso, quando estamos numa corrente bem firme, mesmo que apenas durante conversas, os espíritos bons nos acompanham e, enquanto falamos e mantemos a vibração alta, eles vão agindo com e através da gente, ajudando pessoas necessitadas de amparo, quer elas estejam lá ou não, quer estejam encarnadas ou não.

A seguir eu transcreverei algo que meu pai me contou dias após nossa gira e que ilustra bem o que acabo de escrever acima:

"Bem que você havia dito na prece que 'nós não estamos aqui pela gente, que a caridade sempre é feita independentemente da quantidade' e foi exatamente isso o que aconteceu. Quando você incorporou, começou a entrar gente sem parar dentro da tenda, todas querendo conversar os Guias da casa. Foi lindo, parecia que os orixás tinham ido buscar as pessoas a dedo por ali. Por que, em meio a centenas de tendas, eles escolheram a nossa que estava tão vazia?"

De fato eu não me recordava de ter dito aquilo na prece (assim como não me recordo de muitas coisas que digo durante os trabalhos no terreiro), mas a afirmação estava correta, porque a caridade é sempre realizada, basta que estejamos unidos de corpo e alma, basta que estejamos preparados, pois assim nós pavimentamos o terreno para que os bons espíritos possam ajudar as pessoas. Neste caso, eles literalmente levaram as pessoas até lá e as ajudaram, felizmente.

Então, meus amigos, estejam sempre preparados, porque, por mais que sua gira esteja vazia de encarnados, a caridade será feita desde o plano físico até os planos mais sutis e imperceptíveis.

Axé!

10 de mar. de 2015

Coisas de terreiro, fora do terreiro


A gente faz uma porção de coisas no terreiro, não é? Desde as mais simples, como conviver com pessoas, se relacionar com elas, passando pelas mais mecânicas como a execução de rituais padrão, do tipo bater cabeça, cantar, defumar etc., até as coisas mais, digamos, pesadas, como fazer descarrego, limpezas espirituais, oferendas específicas entre outras coisas.

Como seres humanos, temos a capacidade de aprender com tudo, basta olharmos e já estamos criando noções de como empreender determinada tarefa. Se a realizarmos uma vez, mais fácil ainda. Contudo, para cada coisa nessa vida há pelo menos três aprendizados correlatos:

  1. O objeto: o que fazer?
  2. A forma: como fazer?
  3. A necessidade: porque fazer?
  4. O objetivo: para que fazer?
  5. O tempo: quando fazer?
Suponhamos que você, para um trabalho qualquer que seja, se sinta apto, em termo de conhecimento, em  qualquer um destes fatores, ou seja, você sabe o que deve ser feito, conhece o processo de execução, seus motivos e necessidades. Recomendo a você que pense no 6º quesito: onde fazer?

Tenham em mente um princípio básico: terreiro não existe a toa. Terreiro não é apenas um salão para a reunião dos médiuns, é um lugar preparado para os rituais e todo o trato espiritual. Então, antes de cogitar realizar qualquer procedimento, certifique-se de que você está no lugar certo para isso.

Pensou? Está certo disso? Então vamos partir para o quesito essencial...

8º A pessoa: quem pode fazer? Você sabe fazer, está no lugar certo, mas é a pessoa certa para isso? Você tem permissão para fazer isso?

Acreditem, conheço muita gente bem intencionada e de muita fé, mas que acabaram se perdendo por lidarem com coisas as quais não possuem permissão para tal. Nossa psique é incapaz de compreender a espiritualidade em sua plenitude. Nem as coisas boas, muito menos as suas nuances mais obscuras.

Então pensem bem, irmãos, antes de se aventurarem em campos desconhecidos, por melhores que sejam suas intenções.

13 de fev. de 2015

Devo fazer cursos sobre Umbanda?

Tudo o que aprendi começou com ela, minha mãe de santo.
Eu já havia dito aqui no blog que a graça da Umbanda é a sua mutabilidade, ou seja, ela está sempre mudando e agregando coisas novas. Acho que se não fosse por isso, dificilmente eu ainda estaria por aqui, mas estou, porque a Umbanda é linda e sempre aprendo algo novo com ela.

Em nossa página do Facebook me pediram para escrever sobre a importância de cursos preparatórios para os médiuns, pensei sobre o tema e estou aqui para falar sobre isso, mas antes de começarmos, gostaria que vocês lessem um texto que fiz recentemente sobre o Livro Sagrado da Umbanda e os perigos do repasse pouco honesto do conhecimento.

Eu julgo, além de justo, essencial essa transmissão de conhecimento, eu mesmo não crio dogmas e nem guardo segredo sobre o que sei, porque acredito que fá é acreditar naquilo que não vemos, mas não deve ser cega. E nem burra.

A partir do momento em que você sabe o que está fazendo e (principalmente) o porquê disso, você pode fazer melhor! Mas sou bem conservador neste ponto também, pois para mim esse repasse de informações deve ser feito dentro do terreiro, na comunidade a qual você faz parte. Como fazer isso? Perguntando para as entidades mais graduadas da casa, para seus irmãos mais velhos e pais de santo, em cursos ministrados dentro de seu terreiro.

E os cursos de especialização em Umbanda, são válidos?

Em minha opinião, não. Já falei aqui sobre como se tornar um pai de santo, não basta estudar, tem que receber o chamado. Essa lógica vale para todos os demais cursos e workshops que existem por aí, pois eles, para início de conversa, são pagos e eu não concordo com cobranças de qualquer espécie na Umbanda. Além do mais, cada casa tem a sua forma de fazer as coisas e ficar fazendo cursos por aí poderá macular essa transmissão de conhecimento entre o guia e seus médiuns, que é tão bonita em nossa religião.

Em minha casa, meu foco é ensinar as pessoas a pensar e agir de forma livre, mas dentro da doutrina do terreiro. Sem invencionices, tudo muito simples. Temos a nossa apostila (que você pode baixar de graça aqui) que contem o básico da doutrina, que são as preces, significados dos rituais, breve explicação sobre cada orixá e pontos cantados. Esta é a base sobre a qual iniciamos nossas discussões. Simples assim, porque é na simplicidade que a umbanda aflora.

Dúvidas? Deixe nos comentários!

23 de jan. de 2015

Quando a mediunidade se volta contra você

Karma HD wallpaper for Standard 4:3 5:4 Fullscreen UXGA XGA SVGA QSXGA SXGA ; Wide 16:10 5:3 Widescreen WHXGA WQXGA WUXGA WXGA WGA ; HD 16:9 High Definition WQHD QWXGA 1080p 900p 720p QHD nHD ; Other 3:2 DVGA HVGA HQVGA devices ( Apple PowerBook G4 iPhone 4 3G 3GS iPod Touch ) ; Mobile VGA WVGA iPhone iPad PSP Phone - VGA QVGA Smartphone ( PocketPC GPS iPod Zune BlackBerry HTC Samsung LG Nokia Eten Asus ) WVGA WQVGA Smartphone ( HTC Samsung Sony Ericsson LG Vertu MIO ) HVGA Smartphone ( Apple iPhone iPod BlackBerry HTC Samsung Nokia ) Sony PSP Zune HD Zen ; Tablet 2 ;
Karma: a Lei do Retorno e Justiça Infalível
Irmãos, como vão? Demorei um pouco para fazer o primeiro texto de 2015, porque queria um tema especial e foi durante esta espera que recebi um e-mail de um irmão que me contou sua história, como sua mediunidade se virou contra si.

Em resumo, este rapaz tem a mediunidade muito aflorada, do tipo que vê e sente muita coisa (boa e ruim) o tempo todo. Foi quando ele resolveu desenvolver o seu dom e neste período sua clarividência ficou mais forte. Ele sem dúvidas ajudou muita gente, contudo as provas de que sua mediunidade era realmente muito forte o tornaram um homem vaidoso, chegando ao ponto de ameaçar as pessoas que não fizessem o que ele queria, que não lhe dessem dinheiro ou não o temessem. Triste.

Triste mesmo foi a depressão sob a qual ele misteriosamente padeceu. A solidão que o acometeu até que ele começasse a repensar seus atos. E ele o fez, mas decidiu se afastar completamente de tudo o que remetesse à vida espiritual e foi melhorando, mas sentia que seu coração necessitava da Umbanda, de fazer a caridade e desenvolver seus dons. Então ele me procurou via e-mail e me contou a história que acabei de lhes resumir.

Meus conselhos para este irmão, frutos de minha reflexão sobre o tema, eu resumirei também aqui.

A grande moral da história aqui é que a mediunidade não nos pertence, muito pelo contrário, nós recebemos o dom para compartilhar com os demais irmãos necessitados de amparo. Nada além disso, ela não nos torna especiais ou superiores. O médium é apenas um meio, uma ponte para a comunicação entre o plano espiritual - que não possui as limitações do sentidos e da carne, que é imortal e sábio - e o nosso plano, o físico. Mediunidade é muito mais ônus do que bônus, porque ela é grandiosa, contudo não para o nosso uso, seja ele recreativo ou profissional. ela nos serve, claro, mas como forma de aprendizado. É como ter uma Ferrari que só podemos utilizar para dar carona a quem tem legítima urgência. enquanto você a utiliza, vai se desenvolvendo como motorista e o passageiro chega ao seu destino.

A partir do momento em que você subverte esta realidade (a de que o dom não é para o seu usufruto), toda ordem natural das coisas é subvertida também, tudo sai do lugar. Com isso pessoas sofrem, a caridade deixa de ser feita e a vida tem que trabalhar dobrado para corrigir o mal feito e voltar ao seu curso normal. Mas como a Lei do Retorno impera no universo, o caos se volta contra quem o semeou e você paga o preço disso, sentindo o peso do mundo em suas costas.

Ser médium é algo maravilhoso, desde que saibamos o propósito deste voto de confiança de Deus em nós.

Axé!