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1 de set. de 2014

Hábitos para abandonar: o fator de troca

Fora da caridade não há salvação: imagine se Jesus só curasse depois de receber um presentinho? 

Olá irmãos de fé! Nos próximos textos, vamos falar de alguns hábitos que nós, umbandistas, devemos abandonar imediatamente. Vamos ao primeiro deles:

O fator de troca

Quando reencontrei a Umbanda, há dez anos, nos terreiros em que eu ia visitar (e até o que eu ajudei a fundar) havia a cultura da troca, na qual o sujeito chegava no Guia e dizia, por exemplo, "Marinheiro, te dou um peixe assado se você me ajudar a arrumar aquele emprego" ou "Pombogira, se a comadre tirar aquela mulher da minha vida, vou te trazer 7 champanhas e uma dúzia de rosas". As pessoas compravam a ajuda das entidades, parte como uma forma de mostrar todo o seu apreço por elas e parte como forma de se esquivar do desafio de ir colocar a mão na massa, de agir como responsáveis por suas próprias vidas. Eu já fiz muito disso, porque é mais fácil recorrer aos Guias em cada dúvida que nos surge do que pararmos para pensar as causas dos problemas e suas possíveis soluções.

Certa vez, enquanto eu discutia esse assunto com uma pessoa que frequentava o terreiro, ela disse "Eu gosto de presentear os guias, não poupo esforços com isso, ainda mais se for para eles me darem uma ajuda em algo que preciso muito". Tudo bem, eu entendo a gratidão, mas o agradecimento, por lógica, vem depois do "milagre" feito, não é mesmo?

Entendam a minha lógica:
  1. E presente é algo dado sem esperar nada em troca;
  2. Se esperamos algum retorno, então é investimento;
  3. Se investimos, pagamos;
  4. Se há pagamento, não é caridade;
  5. Se não há caridade, não é Umbanda;
  6. Sem caridade não há salvação.
Acho que assim ficou mais clara a minha forma de pensar.

Outra coisa: por favor não confundam um presente, um pagamento, um donativo, com material para algum trabalho ou oferenda. Estes são sempre solicitados pelos Guias e fazem parte do processo de ajuste cármico e das energias inerentes àquela causa. Nunca devem ser solicitados como pagamento pelos serviços prestados pelas entidades ou oferecidos para que os espíritos concedam este ou aquele favor à pessoa em questão.

Material de trabalho é uma coisa, oferenda é outra e são justificáveis, desde que proporcionais ao desafio que a causa representa, respeitando sempre as condições financeiras dos envolvidos e sua capacidade de entender a situação envolvida.

Vale lembrar também que os Guias e Orixás não precisam de presentes além de sua fé e de seu coração aberto, da sua alegria em estar ali. Um pedido sincero valo mais que ouro, um agradecimento é mais precioso que qualquer joia.

Lembrem-se de que, na Umbanda, menos é mais.

discorda? Tem alguma sugestão? Deixe nos comentários!

Um comentário:

  1. Texto excelente! Dia desses vi um Exu falando que os consulentes devem evitar "viciar" as entidades, ainda mais que muitas ainda caminham pra luz - evitar justamente a troca de favores. Se precisa de algo, vai lá e pede e pronto. Se for do teu merecimento eles vão ajudar por Amor. Axé!

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