Páginas

Pesquisar

Google Analytcis

15 de jul. de 2014

O que queremos e o que precisamos


Olá irmãos de fé!

Primeiramente eu gostaria de pedir desculpas pelo longo tempo sem textos aqui no blog, mas a inspiração andou me faltando.

Hoje vou falar sobre uma experiência que pude presenciar em duas giras e, mais uma vez, o ensinamento veio de meu amigo e mentor, o Sr. Zé Pelintra.

Em determinada gira, na hora das consultas, Seu Zé atendeu uma série de pessoas e a cada uma dela deixou uma missão. Eram coisas relativamente simples, contudo envolviam mudanças de posturas que essas pessoas haviam desenvolvido há anos. Na gira seguinte lá estavam estes mesmos irmãos de fé participando de nossa corrente, colaborando com as discussões no grupo de estudos e, como de costume, ansiosos para a sua conversa mensal com Dr. Zé Pelintra.

No momento em que fui firmar a cabeça para a incorporação, já pensando no Seu Zé, ele me disse que não iria, em seu lugar foi um outro grande amigo e guia espiritual de nosso terreiro, o Marinheiro Pereira. O marujo já chegou e disse: "O Pelintra mandou dizer que deixou com cada um de vocês uma tarefa, você fez? E você? Você? Você?". Não, não, não e não, estas foram as respostas. "Então ele não vem".

Meu pai, que também é cambone em meu terreiro, me contou que as pessoas ficaram sem chão, visivelmente desgostosas por não terem sua consulta habitual. Ele e minha mãe inclusive vieram se queixar a mim, apiedados dos tristes visitantes. Eu não formei opinião e resolvi meditar um pouco sobre o tema e pedir respostas aos protagonistas desta história, foi então que elas vieram.

Querer e precisar são coisas muito, muito distintas mesmo. Na Umbanda, via de regra, a pessoa chega pela dor, ou seja, porque seus caminhos foram se estreitando até que elas resolvessem buscar ajuda espiritual. Contudo a ajuda que elas precisam é diferente daquela que elas querem, pois faz parte da natureza humana buscar sempre o caminho mais cômodo e não o mais construtivo, e este caminho envolve mudanças de postura das pessoas e mudar é extremamente difícil, por mais simples que esta mudança pareça ser. Nos dói ver os filhos aflitos por não poderem ter sua conversa com quem eles desenvolveram durante os meses  carinho e confiança muito especiais, porém as vezes é preciso soltar a mão da criança para que ela perceba que já anda sozinha e passe a confiar mais em suas próprias pernas. É bem possível que ela caia já nos primeiros passos, porém só assim ela vai poder avaliar onde errou.
É por essas e outras que eu amo a Umbanda!