Como dirigente de terreiro eu tenho por obrigação conversar com as pessoas, se saber o que passa no interior das paredes do templo. Afinal, assim como numa casa comum o anfitrião, por segurança, deve saber o que se passa com seus convidados. As intenções, desejos, necessidades e aflições de cada um. Aprendi muita coisa a parti dessas observações, mas a principal delas me foi dada pelo Sr. Zé Pilintra que me mandou rezar o "Pai Nosso", enquanto ele comentava:
Pai nosso, que estás no céu, santificado seja o Teu nome. "Está chamando e bajulando"
Venha a nós o Teu reino, seja feita a Tua vontade assim na terra como no céu. "Está começando a pedir, mas ainda bajulando"
O pão nosso de cada dia nos dai hoje. "Agora começou a pedir de verdade!"
Perdoa-nos as nossas ofensas. "Pedindo, pedindo, pedindo..."
Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. "Espere aí. Você notou como condicionou todos os seus pedidos e bajulações a uma atitude sua? O perdão..."
E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. "Voltou a pedir, mas terá de agir - perdoar - para que Ele aja em sua vida".
Isso me mostrou que não importa o tamanho do desejo ou da necessidade - sim, são coisas diferentes - a pessoa deve agir em prol dos demais e de si para que o universo também o faça. Jesus deixou-nos um legado moral e ele deve ser seguido e embora haja quem defenda que seguir a risca tais mandamentos seja utopia, eu defendo que esta é uma questão descabida. Porque a questão certa não é se conseguimos ser como Jesus, mas sim se conseguimos trilhar o caminho proposto por ele. Chagar ao final da trilha pouco importa, o que vale é evoluir junto dela.
Axé.