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27 de ago. de 2012

O filtro da razão: a síntese de tudo o que eu prego às pessoas



Olá irmãos, como estão? Esta semana falarei sobre o aprendizado que tive durante a visita que fiz ao Templo Espiritualista Irmandade Renascer, local gerido pela Mãe Silvia Mara - psicóloga, advogada, terapeuta holística e zeladora espiritual de Umbanda -  sob a orientação dos baianos Severino e Maria Rosa. Fui convidado por minha prima a fazer uma visita durante a gira de baianos e - óbvio - aceitei prontamente. O templo fica na Vila Prudente num salão simples e cheio de calor humano. Foi uma gira fantástica! Muita cantoria, palmas, firmeza dos baianos, Ogum, Xangô e guias de cura que vieram na terra.

Trabalhos aparte, o grande ensinamento que recebi naquela noite partiu de uma das Mães-Pequenas da casa, Soraya, que ao me receber e iniciar uma conversa introdutória sobre o templo me disse uma das máximas da Irmandade Renascer: 

"Ao falar com alguma entidade aplique o filtro da razão: leve consigo o que achar que serviu, o que não servir jogue fora. Se lhe receitarem um banho ou vela e você não sentir no coração que deve faze-lo, não o faça. Não espere receber aqui respostas prontas, absolutas (sim ou não), nosso propósito é ensinar às pessoas que o Grande Poder de transformação está dentro delas".

Simples assim.

Na hora eu pensei: "Tenho 10 anos de Umbanda e conduzo o templo há 6, escrevo no blog há quase dois anos e em uma frase eles sintetizaram tudo aquilo que eu luto para passar para as pessoas". Razão e a força interior, a centelha divina que Deus deu a cada um. O poder de pensar livremente e escolher seu próprio caminho e a força para fazer as coisas acontecerem. Não há milagres nessa vida, apenas ação e reação, Deus é a Origem e o Fim da trilha, mas somos nós que a trilhamos e a graça está justamente nisso, em caminhar, em amadurecer enquanto superamos barreiras - muitas das quais nós mesmos criamos.

As pessoas vão aos terreiros em busca de milagres, muitas delas depois de percorrerem uma infinidade de seitas religiosas acabam por desistir e pensar "Vou num terreiro fazer uma macumba e ver se eles resolvem a minha vida". Engano infantil, porque se a pessoa se deixou chegar a um estado caótico, a única responsável é ela mesma. Estamos lá para ajudá-lo a enxergar a situação: como ele chegou ali, porque ficou daquele jeito e como ele sairá. Não será uma vela, um banho ou uma oferenda que agilizará um processo judicial ou trará um emprego novo, por exemplo.

Tudo na vida depende da gente, os Orixás estão aqui para nos ajudar a olhar pera dentro e assim podermos enxergar o mundo de uma forma diferente. Eles podem até pavimentar parte do caminho, mas cabe a nós a escolha deste trajeto e, sobretudo, caminhar sobre ele, decidir a velocidade e largura dos passos etc.

Digo e repito: se Deus quisesse que os Orixás fizessem as coisas por nós, Ele teria encarnado o Orixás e não a gente.

Muito axé e muita luz!

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