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4 de nov. de 2011

COLETIVIDADE


Quando entro no templo invariavelmente eu penso na segurança da gira, como somos uma casa de quebra de demandas (forças negativas) a segurança é fundamental, a energia de purificação gerada na gira tem de atingir níveis extraordinários para poder se sobressair frente ao peso carregado pelos visitantes necessitados que nos procuram. Peço licença ao entrar, firmo a vela de Oxalá - caso meu pai de sangue e Cambone da casa já não o tenha feito, tamanha sua devoção - e a partir daí vou firmando a chama dos demais: de Oxum ao Senhor Omolu, de Xangô aos Caboclos, sempre pedindo a eles a firmeza e a proteção necessários à gira. É só isso que peço, nada mais, mas quem possa falar "Não pedes força, vibração, fé e axé para a gira? São também fundamentais". São, claro que são, contudo isso cabe a nós buscarmos dentro da gente e também nos Orixás que nos cercam, pois penso que eles já fazem o suficiente em nos proteger para que nós trabalhemos em prol da caridade, para que busquemos a melhor forma de encontrar a energia divina.

Vale lembrar que somos todos médiuns, ou seja, o meio pelo qual as coisas acontecem. Somos o canalizador da energia do astral que deve se fazer presente na vida de quem necessita e fazer isso não é fácil, não conseguimos sozinhos. Para tanto a busca de conhecimento sobre o divino e sobre o terreno é fundamental para entendermos o nosso lugar entre esses planos e como pavimentar o caminho entre quem pode ajudar e quem precisa de amparo. Isso em sua forma mais elementar dentro de um terreiro é a doação, é deixar de pensar como indivíduo e se integrar à coletividade, é ter fervor no canto, nas palmas e nas orações, é a disciplina para manter a energia gerada durante todo o trabalho espiritual. É se fazer um só junto dos irmãos, pois o individualismo pertence somente à raiz primitiva do espírito e é sabido que todos os caminhos levam ao Pai e se Deus está presente em tudo o que existe, Ele é então a coletividade.

Por isso ainda prego a doação, a perseverança em vencer as dificuldades e cantar, aplaudir e participar efetivamente nas giras realizadas. E convido o irmão a sentir a diferença quando encontrarmos a coletividade, ou seja, quando ficarmos mais próximos de Deus. É possível, todos tem esse potencial, basta o esforço em compreender que somos o meio e não o final da trilha, que estamos aqui para repassar e não para colher.

Rumo à Coletividade! Axé.

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